sábado, agosto 16, 2025

Nas margens do meu rio

Vecteezy


Nas margens do meu rio

há uma enorme angústia,

uma sede intensa.

Tudo arde, até o leito do rio

emana labaredas 

que queimam os peixes.

Do teu rosto

soltam-se gotas de suor

e o sal cava-te rugas profundas

nas entranhas,

que choram

o calor da terra, do mundo.

Um deserto aproxima-se.

Perdi a noção do meu espaço.

Tudo se transforma.

Fico imóvel como pedra.

Ao meu redor apenas silêncio

e o chão em brasa.


Texto
Emília Simões
16.08.2025


4 comentários:

  1. Dói em mim a maldade feita em nossa única casa. Ver inundações por aqui e acolá, terras ressequidas, é de chorar. Só temos Deus a nos apegar e rezar e crendo esperando por milagres! Haja esperança! Beijo!

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  2. Olá, querida amiga Emília!
    Um poema sentido, todos deveríamos sentir assim em relação à nossa amada natureza em deteriorização.
    Ver as tragédias climáticas pelo abandono ao cuidado do meio ambiente é triste demais.
    Um poema que nos deixa imóveis com a poetisa.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos fraternos de Paz

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  3. Dá muita dor de ver tanta destruição ao nosso redor! Uma tristeza mesmo! Linda e cheia de sentimento tua poesia,Ailime!
    beijos praianos, lindo domingo,chica

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  4. Bello poema. Te mando un beso

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.