domingo, outubro 28, 2012

Em suaves murmúrios



Em suaves murmúrios  
O vento arrasta as folhas
E afasta o outono
Para recantos de outrora
Onde as minhas lembranças
Se propagam no tempo
E se mantêm incorruptíveis
No âmago da Terra.

Ailime
28.10.2012
Imagem da Net

quarta-feira, outubro 24, 2012

Sinto-te na chuva




Neste mar que escorre
Por entre os meus dedos
Sinto-te na chuva
Que inunda
Os espaços sofridos
Da tua solidão.
E fixo o olhar
Nas árvores desnudas
Como corpos esguios
De braços erguidos
Ressequidos,
Famintos
Estendidos no chão,
À revelia
Da iniquidade
Cega
Que finge
Que não és.

Ailime
(Reposição)
13.02.2011
Imagem cedida pela Net


domingo, outubro 21, 2012

Deixo que as palavras



Deixo que as palavras resvalem
E teçam fios de madrugada
Na luz suspensa dos sóis,
Que me envolvem a alma
Na quietude dos dias. 

E porque entendo o teu pranto
Que não ousas divulgar
Acolho-o,
Como uma teia de luz
Envolto nas palavras
E, qual tesouro escondido,
Abrigo-o com o olhar.

Ailime
20.10.2012
Imagem da Net

segunda-feira, outubro 15, 2012

Luz opaca



Tudo se passa de forma rígida
Incrivelmente disforme na forma
E na solução.

E ouço gemidos
E fomes que o vento traz
Em folhas gastas e desmedidas
De outros tempos,
Que rasgam os ventres
Dilaceram as almas
Destroem os sonhos
Esmagados em muros
De férrea obstinação.

E o meu tempo esvai-se…
Numa luz opaca
Que me cerceia o olhar
E me restringe o caminho.

Ailime
15.10.2012
Imagem da Net

segunda-feira, outubro 08, 2012

Pergunto ao mar



Pergunto ao mar, 
Porque salpica os rostos
Com orvalhos de lonjura
Na escassez do tempo,
Que se arrasta
Nas lembranças
Marcadas na história
Dos ventos,
Que cedem ao tempo
E corrompem os sentidos
De vivências cristalinas.

…E o mar
Responde-me
Que  apenas afaga
A solidão e o vazio
Instalados nos olhares
Envoltos nas sombras
Desconexas da existência.

Ailime
07.10.2012
Imagem da Net