segunda-feira, agosto 26, 2019

Não posso calar mais a voz

Correspondendo ao desafio proposto por Marta Vinhais no seu Blogue Com Amor, aceitei sendo que as condições são as seguintes:

«REGRAS:
1 - Poema ou prosa
2 - A ser publicado no vosso blog
3 - Tema a vosso gosto
4 - Obrigatoriamente terá que ter uma destas palavras: lenda, brisa e voz»

Escolhi a palavra voz


Não posso calar mais a voz
que sucumbe lentamente
como se o outono me emudecesse
a alma, que almeja por liberdade

Ecos longínquos assolam-me
como ventos em desalinho
soltos pelas amarras
das tempestades no mar

Pássaros esvoaçam em alvoroço
réstias de luz relampejam nos barcos
o meu olhar detém-se no leme

Na vastidão do horizonte
a minha voz solta-se
no abrigo do silêncio.



Texto
Ailime
26.08.2019
Imagem Google

quarta-feira, agosto 14, 2019

Retenho as palavras


Retenho as palavras com o olhar
e desfio-as como finos fios de seda
a resvalar dos casulos
protegidos pelas teias
do orvalho da noite.
Resguardo-as em silêncio
como se não me pertencessem.
Não quero que os rumores sombrios
as maculem na transparência da luz.

 2016-10-01
 Ailime
Imagem Google
(Redição)

sexta-feira, agosto 02, 2019

Meninas de minha mãe




Sabiam a amoras silvestres os nossos lábios
sempre que pela frescura das manhãs
descíamos saltitando de mãos dadas
por caminhos debruados de flores e rio.

Uma rã coaxava…
Um sapo de olhos grandes e salientes
vinha em nossa direção
Que horror! E eu inerte caía no chão.

Pardais, vespas e besouros
em estranha sinfonia
esvoaçavam atrevidos
cativando a nossa alegria.

..............................................

Longínquos esses caminhos
bordados de sol e inocência
de flores e muitas fragrâncias
tesouros que guardo em silêncio.


Texto
Ailime
02.08.2019
(Imagem
Pinterest)