Lá fora olhares e faces encovadas
deixam escorrer gotas de orvalho
geladas pela indiferença de quem passa.
As luzes, o alarido, a festa das compras
(de última hora num corre-corre desenfreado).
A noite calada, fria, impiedosa
dos corações solitários aproxima-se.
Uma mão estendida num olhar côncavo
(onde cabe toda uma vida apática de rastos)
perde-se sob a arcada recôndita e sórdida do cais.
Na fogueira que me arde no peito
um aperto sangra-me a razão.
É hora de acordar e abraçar o meu irmão.
Ao longe, uma luz brilha.
Na gruta fria, envolto em trapos
eclode o Amor,
que abarca (abraça) todos.
Feliz Natal e um bom Ano Novo.
Abraços,
Ailime
Abraços,
Ailime
Texto
Ailime
20.12.2015
Imagens Google