Nos olhos da noite
sentia-te o silêncio mudo
que te escavava no
rosto
a angústia, que te dilacerava
no peito a ausência da luz.
Dias tortuosos, sombras
que te trespassavam o olhar
pálido como paredes brancas
onde o luar se queda
em noite de quarto crescente.
Mas nem sempre o inverno
obscurece os mares que navegas.
Timidamente uma vigia abriu-se
e de rompante dissiparam-se as trevas.
A luz reacendeu-te no olhar, a vida
que na praia te aguardava a sorrir.
É que nos olhos da noite também há luz.
Texto e foto
Ailime
13.09.2016