O meu rio é azul como o céu,
mas nem sempre viajo nas suas águas.
Os barcos há muito que estão atracados
e nem o vento os embala
como nos tempos remotos
da transparência das águas
e da abundância de peixe.
Os pássaros voejam nos choupos
e cantam sobre as escarpas
a claridade da primavera;
os barcos não se movem
e os peixes ausentes.
No lodo do rio, repousa
a insensatez do homem.
Ailime
29.03.2022