terça-feira, março 29, 2016

No oceano da vida


No oceano da vida concebo os meus sonhos
Na esperança da luz que incendeia o horizonte
E deslumbro-me com a beleza exuberante do ocaso.

Mas na claridade da manhã abarco a alegria da aurora
No sol, nas flores e no barco aportado
Que abriga a outra margem de mim.

Abraço nas flores o vento em rebelião,
Sigo as linhas do rio que corre placidamente
E me devolve a aragem da existência
Que outrora era nascente e agora poente.

Na vertigem que me desinstala
Percorro horizontes de mil tons
Como se o vento, as flores e o rio
Me devolvessem o remoto madrugar.

Texto e foto
Ailime
29.09.2013
Reposição)



terça-feira, março 15, 2016

Pudera eu


Pudera eu devolver-te a leveza dos pássaros
para que voasses nas margens do rio
o sorriso que, desperto, em teu olhar
te ilumina o entardecer.
Pudera eu retirar todos os limos
que te resvalam nos gestos
a fragilidade do chão, escorregadio
sob os teus pés vacilantes.
Pudera eu devolver-te num raio de sol
a seiva a pulsar, qual primavera em apogeu
a cingir-te nos braços, o rio ao amanhecer.
Pudera eu atrasar os ponteiros do relógio
para te retardar no rosto os teus olhos cor de rio.

Texto
Ailime
Imagem Google
15.03.2016