domingo, fevereiro 24, 2013

O vento sopra e arrasta



O vento sopra e arrasta
Nas ramagens áridas
E rasgadas pelas intempéries
A nostalgia de vida plena.

E na aridez dos desertos
A solidão do mar
Envolve em neblina
A erosão das penas.

As ninfas e os búzios
Calaram e afastaram
A flor do deserto
Para areais improváveis.

Ailime
24.02.2013
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domingo, fevereiro 17, 2013

Há no silêncio da chuva




Há no silêncio da chuva
Um deserto escondido
Que esboça no horizonte
Um ténue vestígio de luz.
Capto-a por entre veredas
Em oásis de palavras
E deixo que elas extravasem
O mar imenso de mim.


Ailime
17.02.2013
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quinta-feira, fevereiro 07, 2013

Os meus poemas



Os meus poemas não são poemas de amor,
Ou serão de amor as palavras
Que guardo incólumes no cerne de mim
Como se as tivesses proferido ontem
E jamais tivessem sido envolvidas
Nas volúpias tecidas de teias
No emaranhado do tempo, precoce.

Não, os meus poemas não são poemas de amor.
São frágeis pedaços de tempo,
Urdidos nas maresias intemporais
De madrugadas estéreis de luz
Que foram percorrendo oásis
Em longínquas praias desérticas
Submersas por oceanos dispersos.

Ailime
07.02.2013
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