segunda-feira, novembro 20, 2017

Abro a minha alma


Abro a minha alma ao teu clamor
Como se fosses uma criança
A implorar a Lua.
Mas é tão difícil alcançá-la…
E as estrelas
Que nos observam atónitas
Tão longe dos nossos olhos
Tão longe das nossas mãos
Que se entrelaçam enregeladas
Como se o inverno nos rasgasse a pele  
Com os musgos e as geadas da manhã
Ainda antes do sol nascer.
Um silêncio gélido entorpece-me.
Na ausência de movimentos
A minha voz emudece
Nas gotas de orvalho
Que me escorrem pela garganta.



Texto
Ailime
20.11.2017
Imagem Google


sábado, novembro 11, 2017

Em silêncio


Em silêncio os pássaros
rasgam o vento
sobrevoando
mares encapotados
por neblinas à deriva,
como barcos a sucumbir
nos areais gélidos
de praias imaginárias
dispersas pelos sonhos
inacabados
dos náufragos.

Em veloz apatia
cardumes flutuam
como foguetes
a cintilar nas águas
as faíscas dos relâmpagos.



Texto 
Ailime
Imagem Google
30.05.2016
(Reposição)