quarta-feira, janeiro 24, 2018

Retenho as palavras


Retenho as palavras com o olhar
e desfio-as como finos fios de seda
a resvalar dos casulos
protegidos pelas teias
do orvalho da noite.
Resguardo-as em silêncio
como se não me pertencessem.
Não quero que os rumores sombrios
as maculem na transparência da luz.

 2016-10-01
 Ailime
Imagem Google

(reposição)

sábado, janeiro 13, 2018

O meu rio, quase inerte


Lá em baixo, o meu rio passa
numa agonia que lacera
conspurcado pela ignomínia
dos homens que sem piedade
o assassinam a olho nu.
Nas margens os barcos ancorados
vazios de sustento, carpem
a impiedade que avassala o rio
numa destruição pungente.
Tudo em redor são cinzas,
porque as guelras há muito
deixaram de respirar
na transparência das águas
a claridade da vida.

O meu rio, corre lá em baixo
quase inerte, quase irreconhecível
numa agonia que lacera.


Texto
Ailime
13.01.2017
Imagem Google