sábado, abril 12, 2025

Escrevo sobre pedras e espinhos

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 Escrevo sobre pedras e espinhos;
a rota é dura e longa
e o meu traço desgasta-se
 como poeira ao vento.
Perdi-me nos trilhos;
não reconheci nas pedras
o esquiço do meu trajeto
e fiquei desamparada e só.
No  meu silêncio,
tentei escutar-te 
nas encruzilhadas 
dos caminhos.
A tua voz velada
sumiu-se e não te ouvi.
Sentei-me no cimo dum monte
a perscrutar o horizonte.
.........
Nos passos do teu deserto,
encontrei-me.



Texto
Emília Simões
12.04.2025

16 comentários:

  1. Parabéns pelo excelente poema!!
    .
    "Quando todo o mundo dorme"
    Beijos.
    Bom fim de semana.

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  2. Olá, querida amiga Emília!
    "Fiquei desamparada e só.
    No meu silêncio"...
    Assim fiquei também, desde então escrevo como a poetisa sobre pedras e espinhos...
    Em trabalho do meu reencontro.
    Tenha um abençoado final de semana!
    Beijinhos fraternos

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  3. Es un bello poema. Te mando un beso.

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  4. Perde-se e encontra-se o caminho, vezes sem conta.
    Um abraço.

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  5. U-lá-lá, magnífico poema. Orgulho-me de ti, amiga! "Nos passos de teu deserto, encontrei-me" Poderoso isso!

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  6. Um fio de esperança se lê no último verso.
    Haja sempre essa predisposição para enfrentar
    obstáculos e vencê-los.
    Bom Domingo de Ramos, amiga Emília.
    Beijinhos
    Olinda

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  7. Emília, que força há em teus versos! É como se cada pedra carregasse o peso de um silêncio antigo, e cada espinho deixasse um traço de vida. A travessia que pintas — de desencontro, busca e reencontro — pulsa com uma dor serena e uma coragem contida.

    O deserto que deveria afastar, acaba por unir. E é nesse paradoxo poético que tua escrita floresce: árida e fértil ao mesmo tempo. Bravo por transformar o silêncio em voz, e a solidão em espelho.

    Abraços fraternos
    Dan
    https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/alma-de-agua.html

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  8. Boa tarde Amiga Emília
    Um poema que ecoa a dor dos caminhos ásperos e a busca interior por direcção e sentido. A linguagem é delicadamente crua, com imagens fortes como as pedras e o deserto, que se transformam em metáforas de perda e reencontro. No silêncio e na solidão, nasce a escuta , e é aí, surpreendentemente, que a alma se reencontra.
    Belíssimo Poema com uma foto muito bem escolhida.
    Bom Domingo.
    Um beijo
    :)

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  9. Boa tarde Emília
    Poema intenso e sentido. Onde, apesar da solidão, se acende sempre a luz da esperança.
    Lindo poema, estimada amiga. Gostei bastante.

    Deixo os votos de um bom final de domingo, e uma feliz semana, com tudo de bom.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  10. Sergio4/13/2025

    Esse encontro do próprio, depois de passar pelo purgatório e deserto da vida, é talvez um dos momentos mais iluminados das nossas vidas: o reconhecer que somos muito pequenos e que os nossos problemas são muito pequenos. E que o fim não é encontrar solução para esses pequenos problemas. Os problemas tornam-se o próprio caminho. É preciso é continuar a caminhar. Encontramo-nos quando sentimos paz e estamos confortáveis mesmo no meio dos problemas. Tudo é apenas o que pensamos. Nada é bom ou mau, por si. É o que pensamos que o torna bom ou mau. Encontrarmo-nos no deserto é também reconhecer isso. A alusão a pedras e espinhos é também uma alusão ao tempo de Páscoa que vivemos, creio. E lá está. O julgamento de alguém com base nas ideias da época -alguém que foi considerado perigoso, revolucionário, contraditório com as elites e tradições… também ele se recolhia no deserto, em si mesmo, para se reencontrar e buscar a sua verdade.

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  11. Um belo canto amiga neste buscar o silencio, desvendar nossos desertos e reencontrar os passos, a respiração embrulhados na força estranha da esperança.
    Um canto neste canto maravilhoso de sua mais fina e elegante arte de poetizar.
    Uma linda semana iluminada amiga.
    Bjs de paz no coração.

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  12. Às vezes precisamos de nos perder para nos encontrarmos. Mesmo que a solidão doa. Sensível e belíssimo poema, minha querida Amiga.
    Uma boa semana.
    Um beijo,

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  13. É na solidão que nos podemos encontrar sem nos perdermos nas encruzilhadas da vida.
    Excelente poema, gostei muito.
    Boa Semana santa e uma Páscoa Feliz.
    Beijinhos.

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  14. Belo poema, Emília! Às vezes, sim, a rota nos parece muito dura e longa... até que algo, ou alguém, nos traz de volta ao melhor caminho! Meu abraço, boa semana!

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  15. Eis algo que aprendi, Emília: normalmente, escrevemos sobre pedras e espinhos; a tristeza inspira-nos bem mais que a alegria. Mais um belo poema, minha amiga! Boa semana, meu abraço.

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.