Escrevo sobre pedras e espinhos;
a rota é dura e longa
e o meu traço desgasta-se
como poeira ao vento.
Perdi-me nos trilhos;
não reconheci nas pedras
o esquiço do meu trajeto
e fiquei desamparada e só.
No meu silêncio,
tentei escutar-te
a rota é dura e longa
e o meu traço desgasta-se
como poeira ao vento.
Perdi-me nos trilhos;
não reconheci nas pedras
o esquiço do meu trajeto
e fiquei desamparada e só.
No meu silêncio,
tentei escutar-te
nas encruzilhadas
dos caminhos.
A tua voz velada
sumiu-se e não te ouvi.
Sentei-me no cimo dum monte
a perscrutar o horizonte.
A tua voz velada
sumiu-se e não te ouvi.
Sentei-me no cimo dum monte
a perscrutar o horizonte.
.........
Nos passos do teu deserto,
encontrei-me.
Texto
Emília Simões
12.04.2025
Parabéns pelo excelente poema!!
ResponderEliminar.
"Quando todo o mundo dorme"
Beijos.
Bom fim de semana.
Olá, querida amiga Emília!
ResponderEliminar"Fiquei desamparada e só.
No meu silêncio"...
Assim fiquei também, desde então escrevo como a poetisa sobre pedras e espinhos...
Em trabalho do meu reencontro.
Tenha um abençoado final de semana!
Beijinhos fraternos
Es un bello poema. Te mando un beso.
ResponderEliminarPerde-se e encontra-se o caminho, vezes sem conta.
ResponderEliminarUm abraço.
U-lá-lá, magnífico poema. Orgulho-me de ti, amiga! "Nos passos de teu deserto, encontrei-me" Poderoso isso!
ResponderEliminarUm fio de esperança se lê no último verso.
ResponderEliminarHaja sempre essa predisposição para enfrentar
obstáculos e vencê-los.
Bom Domingo de Ramos, amiga Emília.
Beijinhos
Olinda
Emília, que força há em teus versos! É como se cada pedra carregasse o peso de um silêncio antigo, e cada espinho deixasse um traço de vida. A travessia que pintas — de desencontro, busca e reencontro — pulsa com uma dor serena e uma coragem contida.
ResponderEliminarO deserto que deveria afastar, acaba por unir. E é nesse paradoxo poético que tua escrita floresce: árida e fértil ao mesmo tempo. Bravo por transformar o silêncio em voz, e a solidão em espelho.
Abraços fraternos
Dan
https://gagopoetico.blogspot.com/2025/04/alma-de-agua.html
Boa tarde Amiga Emília
ResponderEliminarUm poema que ecoa a dor dos caminhos ásperos e a busca interior por direcção e sentido. A linguagem é delicadamente crua, com imagens fortes como as pedras e o deserto, que se transformam em metáforas de perda e reencontro. No silêncio e na solidão, nasce a escuta , e é aí, surpreendentemente, que a alma se reencontra.
Belíssimo Poema com uma foto muito bem escolhida.
Bom Domingo.
Um beijo
:)
Boa tarde Emília
ResponderEliminarPoema intenso e sentido. Onde, apesar da solidão, se acende sempre a luz da esperança.
Lindo poema, estimada amiga. Gostei bastante.
Deixo os votos de um bom final de domingo, e uma feliz semana, com tudo de bom.
Beijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://soltaastuaspalavras.blogspot.com
Esse encontro do próprio, depois de passar pelo purgatório e deserto da vida, é talvez um dos momentos mais iluminados das nossas vidas: o reconhecer que somos muito pequenos e que os nossos problemas são muito pequenos. E que o fim não é encontrar solução para esses pequenos problemas. Os problemas tornam-se o próprio caminho. É preciso é continuar a caminhar. Encontramo-nos quando sentimos paz e estamos confortáveis mesmo no meio dos problemas. Tudo é apenas o que pensamos. Nada é bom ou mau, por si. É o que pensamos que o torna bom ou mau. Encontrarmo-nos no deserto é também reconhecer isso. A alusão a pedras e espinhos é também uma alusão ao tempo de Páscoa que vivemos, creio. E lá está. O julgamento de alguém com base nas ideias da época -alguém que foi considerado perigoso, revolucionário, contraditório com as elites e tradições… também ele se recolhia no deserto, em si mesmo, para se reencontrar e buscar a sua verdade.
ResponderEliminarUm belo canto amiga neste buscar o silencio, desvendar nossos desertos e reencontrar os passos, a respiração embrulhados na força estranha da esperança.
ResponderEliminarUm canto neste canto maravilhoso de sua mais fina e elegante arte de poetizar.
Uma linda semana iluminada amiga.
Bjs de paz no coração.
Às vezes precisamos de nos perder para nos encontrarmos. Mesmo que a solidão doa. Sensível e belíssimo poema, minha querida Amiga.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo,
É na solidão que nos podemos encontrar sem nos perdermos nas encruzilhadas da vida.
ResponderEliminarExcelente poema, gostei muito.
Boa Semana santa e uma Páscoa Feliz.
Beijinhos.
Gosto do poema Emília 👏😘
ResponderEliminarBelo poema, Emília! Às vezes, sim, a rota nos parece muito dura e longa... até que algo, ou alguém, nos traz de volta ao melhor caminho! Meu abraço, boa semana!
ResponderEliminarEis algo que aprendi, Emília: normalmente, escrevemos sobre pedras e espinhos; a tristeza inspira-nos bem mais que a alegria. Mais um belo poema, minha amiga! Boa semana, meu abraço.
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