quarta-feira, dezembro 28, 2011

No tempo que passa


No tempo que passa, veloz
Por entre as espigas maduras
Do trigo a dançar ao sol
Da vida, quantas vezes noite

Mas também sorrisos
Nas manhãs de Maio,
Em auroras translúcidas
Na plácida corrente do rio
De azul intenso repleto;



Que separa as margens
Que avisto da janela
Daqui, e além Tejo,

Onde a lezíria vestida de verde
Continua a afagar
A suave fragrância das manhãs,
Que se desprende das margens

A subir no éter, a evocar
O tempo que passa, veloz
Nas primícias de mim, aqui.


Desejo a todos um Feliz Ano Novo!

Ailime
28.12.2011
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terça-feira, dezembro 20, 2011

Natal, e não Dezembro

Entremos, apressados, friorentos,
 numa gruta, no bojo de um navio,
num presépio, num prédio, num presídio
no prédio que amanhã for demolido...
Entremos, inseguros, mas entremos.
Entremos e depressa, em qualquer sítio,
porque esta noite chama-se Dezembro,
porque sofremos, porque temos frio.


Entremos, dois a dois: somos duzentos,
duzentos mil, doze milhões de nada.
Procuremos o rastro de uma casa,
a cave, a gruta, o sulco de uma nave...
Entremos, despojados, mas entremos.
De mãos dadas talvez o fogo nasça,
talvez seja Natal e não Dezembro,
talvez universal a consoada.
 
Poema de David Mourão Ferreira
Ailime
20.12.2011
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quinta-feira, dezembro 15, 2011

No silêncio da noite


No silêncio da noite, gélida,
Todos cerram a porta
E não te acolhem.

Entras no estábulo cansada
E derramas a luz,
Num berço onde a palha
Acolhe o Amor.
…….
Na noite escura,
A estrela polar
Brilhou para o mundo,
No silêncio do teu sim.

Ailime
Dezembro/2011
15.12.2011



quinta-feira, dezembro 01, 2011

A luz

Enxergo nos teus olhos a luz

Que aprisiono por entre

Os véus entreabertos

Da alma onde perdura

O sol que irradias luzente;

 
Que renova a vida e o mundo


Numa realidade imutável.


Ailime
01.12.2011
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