Sublimo as palavras que proferes
sob o esplendor do luar quando anoitece
quando dizes não ao silêncio
e a tua voz não se cala,
quando ao relento tanta gente
se ajoelha dianta dos barcos, vazios,
no ressurgimento das marés.
Os pássaros em alegre revoada
poisam-te suavemente nas mãos
que, erguidas, como numa prece
apelam aos deuses um retorno breve.
Na linha do horizonte, a luz do farol
indicia uma nova faina, um longo dia,
que te incendiará com um novo fôlego,
na submissão da tua voz dolente.
Texto
Ailime
28.12.2022
Imagem Google