sexta-feira, julho 24, 2015

Hoje é o dia

Tela de Cris S. Koester
Hoje é o dia em que as flores
nos afagam como se o mundo fosse só nosso
num recanto de jardim, que inventámos, suspenso.
Hoje é o dia em que adormecemos juntos à beira-mar
a contar as estrelas das vias lácteas
de universos ainda em embrião.
Hoje é o dia em que o amanhecer
se sobrepõe ao sol-posto
e esboça no mar, marés vivas de espanto.
Hoje é o dia, (não apenas mais um dia)
que como aves a rasgar as nuvens
nos sentimos livres como barcos. 

Texto
Ailime
24.07.2015

quarta-feira, julho 08, 2015

Quando no meu regaço vazio


Quando no meu regaço vazio
Abrigo o silêncio dos búzios
É como se o mar recuasse
Em perseguição do sol-posto.

Estendo o olhar ao infinito
E perscruto nas asas dos pássaros
O regresso das águas
Envoltas em manhãs de coral.

A luz antecipa-se às marés
E esboça nas velas dos barcos
Tons rasgados de aurora
A raiar o céu verde de espanto.

Ailime
 08.07.2015
Imagem Google