segunda-feira, abril 25, 2016

Sonhei-te


Sonhei-te como pólen no chão adormecido
E abriguei-te no meu peito aberto ao vento
Qual noite a emergir na madrugada
Do silêncio a luz se fez espanto.

Como um véu abriste-te em amor
E deste-te em abraços e harmonias
Num só voo ainda entoamos
Alvorada em flor até ser dia.


Texto (reposição)
Ailime
25.04.2015
Imagem Google

segunda-feira, abril 18, 2016

Nas escarpas do tempo


Nas escarpas do tempo
perdi-te o rasto.
As manhãs não brilham
como naquela madrugada
em que o céu te gravou no rosto
um sorriso de esperança.

O chão que agora pisas
parece já não ser teu
e resvalas como se no teu corpo
o sorriso te pesasse nos gestos.

Querias resgatar das sombras
o sopro emudecido do alvorecer
mas as aves partiram em bandos
e na praia, deserta, apenas os búzios
entoam o hino das flores.



Texto Ailime
Foto Google
18.04.2016

domingo, abril 03, 2016

No meu silêncio


No meu silêncio
acolho penumbras e barcos
a resvalar
nas marés
das tardes
quando o vento
me açoita 
o rosto gelado
debruçado na escarpa
e as flores 
penduradas nos galhos
baloiçam
como  ondas
a desenhar na areia
o rumo das aves. 

Texto e foto
Ailime
03.04.2016