segunda-feira, abril 28, 2014

Eu era rio e tua eras paz.


Eu era rio e tua eras paz.
Desenhava-te no horizonte
Em círculos azuis como asas
Que o vento apenas traz
Quando as linhas se tocam
Em forma de folhas novas.

Enleamo-nos nas horas
Que só o tempo pode entender
Quando a luz das manhãs
Se prende nas tardes do ocaso
Ali… Diante de nós.

Texto e foto
Ailime
28.04.2014

Ailime

sexta-feira, abril 25, 2014

Abril acordou


Abril acordou sob um céu pintado de flores;
Eram vermelhas como o sol a despontar
Na primavera, que irrompeu sobre a cidade.

Da noite emergira a claridade
E em uníssono todos entoavam
Nas asas dos pássaros a liberdade.

Janelas e portas escancaradas;
O coração do povo ardia em chamas de espanto
Na profusão de sorrisos e abraços.

A cidade acordara do sonho aprisionado
Nos dedos, que agora incitavam a vitória!

Texto
Ailime
25.04.2014
(Imagem Google)

  

segunda-feira, abril 21, 2014

Os teus gestos


De Abril falavam os teus gestos,
No suor que o teu rosto
Pingava nas mãos 
Calejadas pela enxada,
Com que trabalhavas o pão.

Nunca te vi triste
Nem amargurado;
Amavas a terra, mas 
Sabias-te explorado.

Do lagar de azeite, onde
Da azeitona emergia a luz
Que te iluminava o olhar
Guardo o teu enorme labor.

Eras humilde como grandioso
Nos teus gestos de simplicidade
Com que amavas as gentes e a gente.

Em terra inculta, eras culto
E contigo as primeiras letras
E os primeiros livros.
(Da Gulbenkian pois, que lá em baixo
Passava a Biblioteca itinerante)

E lê e olha aquele livro e o outro.
Os teus gestos germinaram,
Em muito amor e carinho,
Por nós, pela tua gente.

Em Abril, recordo-te
Nos teus gestos,
No teu amor,
No brilho esperançoso do teu olhar!

Neste "pote" que me legaste
Continuam bem vivos
Na cor vermelha dos cravos,
Os teus gestos de amor,
em Paz e harmonia.

Obrigada, Avô!

Texto e foto
Ailime
21 Abril de 2014

(Este texto é dedicado
ao meu avô materno falecido
em  Agosto/1997)





terça-feira, abril 15, 2014

Sonhei-te




Sonhei-te por entre searas douradas
Onde as papoilas voltavam a baloiçar
Como cirandas embaladas pelo vento

Sonhei-te em madrugadas de cor
Salpicando de estrelas os jardins
Onde as flores fenecem na secura dos dias

Sonhei-te a cantar nos campos e cidades
Desatando silêncios enclausurados
Nas gargantas rasgadas pelo frio

Sonhei-te, enfim, a esvoaçar
Cruzando o espaço como ave migratória
Que da asa ferida se liberta


Ailime
15.04.2014
Imagem Google