No meu canto escrevo uma palavra,
depois outra e ainda outra.
Que pretendem meus dedos expressar
quando seguram a caneta e ela desliza
lentamente, como a desenhar um poema
que nem sequer está esboçado?
Deixo que gotas de tinta escorram
e molhem o papel e nesse borrão
eu tenha esculpido algo
que se assemelhe a poesia.
Tal como o pintor, quando na tela
deixa que as tintas se esbatam
e formem a sua inspiração contida.
A tinta secou, olho-a incrédula!
Nada restou e o poema não aconteceu.
Ailime
25.11.2023
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