sábado, junho 29, 2024

Tarde de verão


Sentada na escarpa observa o mar

que, num doce vaivém, beija as areias da praia.

Forte neblina envolve todo o cenário

duma estranha tarde de verão.

Os barcos já há muito que partiram 

deixando os rastos no horizonte.

Iam cheios de ilusões e esperanças,

mas o mar anda sufocado

por detritos incontroláveis,

que estonteiam a vida marinha.

Regressarão mais cedo,

vazios os sonhos dos pescadores

que desesperam.

Olha em seu redor.

A praia está deserta.

Chove, no mar das ilusões

e as gaivotas partem em debandada.


Texto e foto
Emília Simões
29.06.2024



10 comentários:

  1. Bela expressão poética parabéns!Abraço.

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  2. MARAVILHOSA tua inspiração,Ailime! Neblina no mar, nos remete mais a pesnar, ver e rever nossas vidas!Adorei! beijos, chica

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  3. Um poema critico aos desmandos do mar e tudo que vive em seu entorno degradado. A esperança despedaçada dos pescadores, o banho nas aguas infectadas pela burrice humana. Uma saudade dos banhos de verão ronda o poema numa bela arte da poesia.
    Muito bonito Ailime.
    Bom domingo de feliz semana amiga.
    Bjs

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  4. El mar es bello como peligroso. Puede ser un gran amigo y enemigo. Pero debemos cuidarlo. Te mando un beso.

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  5. Bom domingo de Paz, querida amiga Ailime!
    Um poema deslumbrante onde a poeta se desmancha de amores pelo mar a ponto de sentir as ilusões esperanças que lhe invadem o coração.
    Algumas figuras demobstran a tristeza ou mesmo decepção: "mar das ilusões"...
    Que sensibilidade minha amiga tem!
    Tenha um junho abençoado!
    Beijinhos

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  6. Olá Ailime
    O mar, sempre grande inspirador dos poetas.
    Ora imponente, e majestoso, ora perigoso e traiçoeiro. Mas sempre, sempre, inspirador. Gostei muito.

    Deixo os meus de uma feliz semana, com tudo de bom.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  7. Um poema que é ao mesmo tempo denúncia e protesto. Não respeitamos o mar e isso vai sair-nos caro. Palavras cheias de sensibilidade, minha querida Amiga.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  8. O mar das ilusões acaba por fazer parte das nossa vidas. E em muitos casos esse mar é imenso...
    Um poema sublime, gostei muito.
    Boa semana minha amiga Emília.
    Beijo.

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  9. Sérgio7/01/2024

    O mar das ilusões. Antes de comentar o poema, começo por dizer que a foto está esplêndida! É a ilusão humana de sempre querer sempre mais, de controlar tudo, alterando equilíbrios no processo, que nos levou a saber mais, mas também auto-destruir. Vivemos separados da natureza e tentamos controlá-la para nosso benefício, sem pensar nos danos que lhe causamos. Quando vivemos em oposição à natureza, contra os ciclos que a regulam, a natureza responde. Não respeitamos, com humildade, que só estamos cá um punhado de anos. E que depois de nós, outros se seguirão. E que toda a fama e poder, bens materiais que acumulamos à custa da natureza e outros não serão nossos. Não nos compram tempo. Nem propósito. Nem felicidade. Quando seremos simples, justos, bons uns com os outros, sem precisar de mais, satisfeitos com o que a natureza nos pode dar, conscientes que somos afinal parte dela? Talvez então o mar de ilusões se transforme num mar de agradecimento, de plenitude, porque querendo menos, temos mais, aspirando menos, temos mais, dando mais, recebemos mais também. Beijinhos

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  10. Belo, amiga! É espantoso como a tua poesia transita entre a tristeza e a esperança, a dureza da realidade e o lirismo dos sonhos! Muito belo, com certeza. Meu abraço, Emília; boa semana.

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.