quarta-feira, dezembro 30, 2015

A lareira

Tão fresca era a terra
que te acolhia nas madrugadas,
sob  as oliveiras já corcundas
que te iluminavam o rosto
no suor dos dias passados,
o futuro das colheitas incertas.

Tão longínquo e breve foi o tempo
em que me davas as mãos e sorrias
mostrando-me a lua e as estrelas
e as flores do caminho orvalhadas
a sorrirem por entre uma nesga de sol.

Tão longínquo e breve  foi o tempo
dos musgos e das candeias acesas
sobre as paredes caiadas como neve
a faiscarem relâmpagos na noite.

Tão breve mas tão próximo o tempo
em que a lareira a crepitar
era o refúgio nos invernos glaciais
enquanto o vento assobiava lá fora
chispas de silêncios encapotados.

Texto
Ailime
Foto Google
30.12.2015

11 comentários:

  1. Sempre bom viajar nos seus apeadeiros

    Bj

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  2. Um poema com enigmas profundos! Li e reli...
    Uma lareira que me deixou a refletir!
    Um novo ano vem aí para novos Cantos, Ailime... Mais e mais belas inspirações p você...
    Abraço meu

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  3. Olá, querida amiga Ailime
    Um poema que mostra, nitidamente, como está o amor do amado: silencioso e 'encapotado'... só silencioso já é frio demais...
    Bjm natalino

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  4. Lindo lindo!!

    Feliz ano de 2016, que todas as suas realizações se concretizem.
    beijinhos

    http://coisasdeumavida172.blogspot.pt/

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  5. Belo, nostálgico e intimista, Ailime. Belo post! Feliz Ano Novo, minha amiga; bom resto de semana.

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  6. Ah, o tempo, caríssima!
    Okhe estou a ultimar um poema chamado Nu Tempo, de umas setenta páginas e... o tempo que tenho passado de roda do texto!
    Vinha expressamente para desejar a si as seus, um Excente Ano de 2016.
    Beijinhos!

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  7. O tempo. O tempo que passamos a sulcar alegrias, com as mãos propícias a todas alegrias, a todas as mágoas. Com o coração disposto a todas as lembranças, a todas emoções...
    Um excelente poema, minha Amiga, Ailime. Que 2016 seja muito, muito bom.
    Um beijo.

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  8. ~~~
    Tempo
    de sentir a luz e o calor
    duma lareira crepitante de outrora,
    de deixar voar o pensamento,
    recordando breves tempos melhores...

    Como fugaz é a vida...
    Como efémera é a felicidade!

    ~~ Belo e tocante poema! ~~
    ~~ Parabéns pelo talento. ~~

    ~~~~~ Abraço, Ailime.~~~~~
    ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

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  9. Amiga...este tempo chuvoso...o calor da lareira e o poema com sabor a inverno...criou um belo momento!
    Bj amigo

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  10. Bom resto de semana, Ailime. Aguardo o próximo post!

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  11. Muito belo o poema, sobre a brevidade do tempo
    na cadência das estações, o frio e humidade exteriores e o calor interior de uma lareira que aquece o corpo e alma.
    Sempre grande poesia por aqui, Ailime!
    xx

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.