sexta-feira, junho 10, 2011

Camões e a tença

Em Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades, a minha homenagem a todos os portugueses e povos que os acolheram e continuam a receber e que como CAMÕES vão deixando por esse mundo fora muito das suas vidas, muito das suas almas, muito de Portugal.



Irás ao paço. Irás pedir que a tença
Seja paga na data combinada.
Este país te mata lentamente
País que tu chamaste e não responde
País que tu nomeias e não nasce.

Em tua perdição se conjuraram
Calúnias desamor inveja ardente
E sempre os inimigos sobejaram
A quem ousou ser mais que a outra gente.

E aqueles que invoscaste não te viram
Porque estavam curvados e dobrados
Pela paciência cuja mão de cinza
Tinha apagado os olhos no seu rosto.

Irás ao paço irás pacientemente
Pois não te pedem canto mas paciência.

Este país te mata lentamente.

 Sophia de Mello Breyner Andresen

....mas tenho Esperança neste imenso Portugal.
Ailime
10.06.2011
Imagem da Net

2 comentários:

  1. .
    este poema é um grito profundo.
    Mas mais alto grita a Esperança.
    Beijinhos da Utilia

    ResponderEliminar
  2. Forte e intenso...belíssimo poema!

    Olá Ailime...boa tarde!

    Sempre é muito bom vir aqui no seu blog...suas postagens são verdadeiros afagos na alma!

    bjos...um final de semana lindinho prá vc!

    ResponderEliminar

«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.