sábado, julho 19, 2025

Sentada sobre o passado

 

Aviv Muzi


Sentada sobre o passado relembro histórias
que me despertam emoções 
vividas ou sentidas, que hoje apenas revivo.
Outrora vivi, cresci, rodeada de flores,
livros e folhas balançando ao vento,
que me anunciavam novos universos
e novas formas diferentes de estar e viver,
que não me deixaram maravilhada.
O mundo que conhecia tinha claridade
e tudo ao meu redor era puro.
Águas frescas e cristalinas,
prados verdes e flores silvestres,
aromas a estevas e pinheiros bravos,
e frutas maduras, que colhia das árvores.
Rios de águas límpidas,
onde barcos deslizavam suavemente,
como brisas leves pelas margens.
A natureza era um reino onde libertava
as minhas fantasias de criança
e me sentia livre e longe do espetro
de guerras e calamidades.
Naquela época, parecia que o mundo
era só meu.
Hoje, apenas memórias e saudades
habitam profundamente em mim.


Texto
@Emília Simões
2025.07.19

6 comentários:

  1. Olá, querida amiga Emília!
    Temos saudade de algumas coisas que vivemos, embora de não tudo.
    Em seu caso, sua aldeia devia ter sido linda e rústica como aprecio também.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos fraternos

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  2. Tanto a relembrar e tantas saudades temos... Linda poesia e sentimento! beijos, ótimo fds! chica

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  3. Oi Ailime, ando assim sentado sobre minhas lembranças de um tempo, que nem em sonhos revivo mais. A liberdade do menino com o vento nas costas, do menino com asas. Lindas lembranças de um tempo de feliz idade, que hoje vem nos mover e inspirar.
    Belo canto com toda sua poetica.
    Bom e feliz semana.
    Bjs de paz no coração.

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  4. Assim é o viver... 👏👏👏
    Bom domingo Emília

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  5. Boa noite Emília,
    Sabe sempre bem visitar o Baú das memórias. Principalmente aquelas que nos fizeram muito felizes...
    Excelente poema. Gostei muito.

    Deixo os votos de uma feliz semana, com tudo de bom.
    Beijinhos, com carinho e amizade

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  6. Sérgio7/21/2025

    Um poema muito bonito a honrar as memórias da infância e a pureza da vida e da inocência. Talvez percamos a inocência depressa demais, talvez sejamos obrigados a ver e a aprender com o mundo pelo que de mal acontece. Mas acho que vale a pena continuar a acreditar no fundo de bondade de cada um. Que existe. Pode ser difícil acreditar, mas prefiro acreditar na inocência infantil e bom senso adulto, e tb em valores que elevam o ser humano àquilo que deve ser: ajudar o próximo. Mesmo que à nossa volta os media nos falem de desgraças e de como podemos ser maus uns com os outros, há muitas histórias de bondade que não aparecem nas notícias… mesmo que pareça que o mundo já não é “nosso”, há algo que permanece nosso: a nossa integridade, e capacidade de agir. Muitos beijinhos

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.