sábado, outubro 21, 2023

Tens na voz o embargo


Tens na voz o embargo

de quem navega ao relento

nas esquinas da cidade

onde tudo falta e tudo sobra.

Corpos molhados, faces enrugadas,

olhos baços de tantas súplicas

que ninguém ouve, ninguém vê.

Apenas sombras...

Do outro lado da rua choros e gritos

sob estrondos atroadores 

numa tristeza letal.

Chove nos meus olhos

a tua sede, a tua fome, o teu martírio.

No meu silêncio guardo tudo

e num arrastar de folhas

peço ao vento benevolência.


Texto e foto
Ailime
21.10.2023


18 comentários:

  1. Boa tarde de sábado, querida amiga Ailime!
    Chove em nossos olhos as dores do mundo atuais...
    Poema muito sensível de um coração embargado com toda razão.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos com carinho fraterno

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  2. A voz embargada de emoção e compaixão.
    Nesses momentos sentimo-nos impotentes,
    a não ser tentando ajudar a quem precisa.
    Belo poema, cara Ailime.
    Beijinhos
    Olinda

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  3. LINDO,Ailime! O vento há de te atender... Adorei! bjs praianos, chica e lindo domingo!

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  4. Neste momento difícil para a humanidade, chuvas de angústia escorrem pelos nossos rostos, pela impotência de nada podermos fazer, perante a barbárie da guerra e da destruição...
    Excelente poema, amiga Ailime! Gostei muito.
    Votos de um feliz fim de semana!
    Beijinhos.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  5. Poema deslumbrante que muito gostei de ler. Feliz fim de semana

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  6. Um poetar carregado de uma certa angustia, que vem embargar o choro, a voz que se agiganta na sensibilidade aguçada. Havemos de romper os nós e estes entraves que roubam nossa voz na garganta.
    Um belo triste poema Ailime.
    Bjs

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  7. Sérgio10/22/2023

    Fiz batota e falei contigo antes de escrever este comentário. Líderes que fecham os olhos ao sofrimento: seja a pobreza, onde se cai por azar, desamparo, falta de ajuda… ou a guerra, também ela iniciada por líderes cegos à razão, a arrastar multidões para a morte e miséria. Somos um mundo de cegos. Continuamos a fazer os mesmos erros: a dividir em vez de unir, a ver o “eu” em vez do “nós”, a não ver que somos todos um só. Sim, espero que o vento nos ouça e traga a razão de volta à humanidade. Muitos beijinhos, obrigado por estas palavras tão belas que vêm em momento oportuno.

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  8. Um poema que impressiona pelo ambiente que descreve. Apreciei.
    Um abraço.

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  9. Que bem descrito aqui aquilo que nos cerca e que nos fere e dói e embarga a nossa voz para dizer o que sentimos. Belíssimo, minha Amiga Ailime.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  10. A benevolência não abunda principalmente para os que sofrem de carências de diversa ordem.
    Profundo poema, gostei imenso. Excelente.
    Beijinhos e boa semana.

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  11. Um poema comovente que reflecte tudo o que este mundo atravessa nestes momentos cheios de tristeza e falta de compaixão e paz.
    Boa semana.
    Um beijo
    :)

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  12. Sentimento e comoção, Ailime. Impossível ler esse poema, sem ser atingido pela emoção que transmite! Meu abraço, amiga; boa semana.

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  13. Fortes, densas e preciosas palavras. Como o mundo 🌎 precisa de amor, sensibilidade e paz! Vamos adiante, semeando os princípios e os valores de Deus.
    Beijinhos 💋 💋 💋

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  14. Sentimentos explodem em seu poema de compaixão dos choros e gritos que ninguém vê, mas que são de extremas dores. Faço coro com você: Que os ventos tragam benevolência. Bom final de dia. bjsss

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  15. Olá, Ailime, poema que traduz a nossa realidade, triste, magoada e com pouca compaixão. Poema em que são reveladas muitas verdades.
    Belo poema, amiga, te aplaudo sempre!
    Beijinho! 🌷🙏🌹

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  16. Olá Ailime,
    Passando por aqui, relendo este excelente poema que muito gostei, e desejar um Feliz fim de semana, com muita saúde e paz.
    Beijinhos!

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  17. Ultimamente temos assistido a situações, mostradas pelos meios de comunicação, que não mais suponhamos assistir... na era da informação, o mundo anda mais mergulhado no desentendimento, do que nunca... pelo menos, do que nos tem sido dado a presenciar, no nosso próprio tempo... mas ciclicamente... a humanidade repete erros... em nome de uma inteligência... inferior à dos animais, que não apresenta carácter tão desumano...
    Mais um belíssimo poema, que não poderia descrever melhor estes tempos de agora... bem como a emotividade que os mesmos nos oferecem...
    Um beijinho grande!
    Ana

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  18. Parabéns pela sua escrita!
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.