Edvard Munch
Chovia e a tarde era apenas o som da chuva;
de vez em quando um trovão ressoava-lhe nas mãos,
que rapidamente tentava esconder
para que não se vissem as chagas
que lhe distorciam os dedos.
Era sempre assim quando o ruído
se entranhava dentro de si, sem voz,
e apenas a chuva lhe enchia o peito
do grito que, abafado, soltava.
Recusara sempre ser apenas um sopro
desfeito pelas gotas da chuva,
a quem o tempo roubara o pensamento.
Texto
Ailime
19.05.2023
Ailime
19.05.2023
Boa tarde de sábado, querida amiga Ailime!
ResponderEliminarHá dias em que o grito se faz necessário, senão explodimos.
Ontem foi um dia assim para mim na hora do procedimento cirúrgico.
Ainda bem que podemos poetar... Desopila também gritar poeticamente.
Recusamos ser apenas um sopro... onde o vento nos leva ao léu.
Tenha um final de semana abençoado!
Beijinhos
Forte,intenso grito!
ResponderEliminarNinguém merece apenas um SOPRO ser!
beijos, chica, lindo fds!
Belo e intenso poema, onde a inquietude que sufoca, dentro do nosso sentir, quer ter voz, explodir, não num sopro, mas um forte grito de libertação!
ResponderEliminarExcelente poema, amiga Ailime.
Gostei muito.
Votos de um excelente fim de semana!
Beijinhos.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Uma alusão talvez à força de viver, mesmo perante as muitas adversidades por que passamos. O grito, mesmo abafado, que damos - talvez a nossa defesa perante o sofrimento. Talvez o grito seja a nossa escolha para não sofrer mais. Um sinal de que há sempre esperança, mesmo debaixo de trovões. Enquanto gritamos, estamos vivos. O grito recupera o nosso pensamento, alimenta a nossa dignidade, liberta-nos de correias, medos e prisões. Nenhuma revolução se inicia sem ele. Beijinhos
ResponderEliminarForte, poderoso, encantador de ler, olhando à sua intensidade poética. Parabéns.
ResponderEliminar*
Feliz domingo, com Saúde, Paz e Amor
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Ilusões e Poesia
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Quando sufoca a força bruta, o grito que reacende todas as energias do viver pleno.
ResponderEliminarBelo e tocante canto Ailime.
Bjs amiga.
Amiga, forte e belíssimo teu poema, o Grito!
ResponderEliminarE assim tem de ser, nada de sufocar as dores da vida, se nem
ela não nos poupa! Te aplaudo, Ailime!
Uma semana tranquila e doce!
Um beijinho
E é tantas vezes que se grita silenciosamente, dentro de nós como se uma tempestade nos habitasse. Belíssimo poema, minha querida Ailime.
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Olá Ailime, passando por, relendo este lindo poema que muito gostei, e desejar uma excelente semana!
ResponderEliminarBeijinhos.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Perfeito, Ailime! E quem melhor pode entender é aquele que tantas vezes sufocou, dentre de si, um grito mudo e altissonante! Meu abraço, amiga; boa semana.
ResponderEliminar"Chovia e a tarde era apenas o som da chuva"... e o poema ficaria quase completo com este som para que o grito não roubasse o bucolismo com que o bordou. Excelente Ailime!
ResponderEliminarBeijinho
Bonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Nada pior este grito inaudível que corta a alma. Lindíssimo poema. bjsss
ResponderEliminarO grito abafado...
ResponderEliminarMuito belo, Ailime. Beijinhos
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Apreciei o seu poema de hoje.
ResponderEliminarUm abraço.
A vida não pode ser vivida de forma passiva.
ResponderEliminarPor isso, o grito acaba por ser natural e uma ajuda à sobrevivência.
Excelente poema, os meus aplausos.
Continuação de boa semana.
Um beijo.
Olá, Ailime, a chuva inspirou-lhe este belíssimo poema, O Grito!
ResponderEliminarAplausos!
Um bom final de semana, com saúde e paz.
Um beijo