quarta-feira, maio 05, 2021

No limiar da porta ainda há vestígios

José Malhoa

No limiar da porta ainda há vestígios;

a luz detinha-se no teu colo

e abrias as mãos num gesto 

como a querer agarrar o dia

que te fugia por entre os dedos;

recordo a leveza indelével

com que aprisionavas o tempo

quando o pôr do sol

te refulgia no rosto

o desgaste que te prendia

ao silêncio das palavras encobertas.

Era o tempo em que os pássaros

se recolhiam antes do voo.


Texto
Ailime
05.05.2021

19 comentários:

  1. Lindo poema que nos transporta para uma personagem em reflexão. Só quando paramos é que nos apercebemos da passagem do tempo, que nos escapa por entre as mãos. O desgaste e as palavras não ditas. Os pássaros recolhidos antes do voo. Alusão à rotina e cansaço, talvez a sonhos adiados ou perdidos, talvez à vida já vivida, o que foi, o que poderia ter sido... O ser verdadeiramente livre - de sonhos, de cansaços, de rotinas, de padrões- é talvez uma das maiores utopias que nos podemos questionar. Se percebêssemos o que significa, talvez não sentíssemos o tempo a escapar por entre as nossas mãos. Obrigado pelo poema profundo, pôs-me a pensar!!

    ResponderEliminar
  2. Muito lindo este poema!
    Leve, suave, delicado. E ao mesmo tempo, nostálgico.
    Que nos transporta para um universo de saudade, e espera.

    Parabéns minha amiga!

    Beijinhos, e ótima quarta feira!

    ResponderEliminar
  3. Boa noite de serenidade, querida amiga Ailime!
    Gosto muito da metáfora dos pássaros, ainda mais no silêncio que antecede o voo.
    Estamos assim, os sensatos...
    Um poema de relevância extrema.
    Deus conserve seu dom poético, amiga.
    Sua poesia tem um brilho super especial. Parabéns!
    Vamos ao livro, querida?
    Tenha um amanhecer abençoado!
    Beijinhos carinhosos e fraternos

    ResponderEliminar
  4. Boa noite, querida Ailime.
    Muita reflexão no bonito poema. O tempo passa depressa e fogem as possibilidades. A cada pôr do sol há despedidas que não voltam mais, sentimos uma indefinida saudade..., até os pássaros recolhem as suas asas num gesto de fim de meta. Uau! A foto desperta "n" inspirações...
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  5. UAU! Quanta sensibilidade,Ailime! Linda demais a poesia! bjs, chica

    ResponderEliminar
  6. Nostalgia e reflexão em lindo poema Ailime.
    A rua livre, a porta aberta e um coração ancorado em pensamentos tantos, que se perdem pela correria dos dias e nos escapa a tal felicidade.
    Aplausos amiga.
    Beijo e paz no coração.

    ResponderEliminar
  7. Querer agarrar o dia. Aprisionar o tempo. As palavras por dizer. Os pássaros sem o voo azul em suas asas. Tão belo este poema!
    Muita saúde, minha querida Amiga.
    Um beijo.

    ResponderEliminar
  8. Excelente poema, gostei imenso.
    Parabéns pelo talento poético.
    Continuação de boa semana, amiga Ailime.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  9. Há sempre um pássaro que nos transporta
    Belo poema

    ResponderEliminar
  10. Muito bonito!! _:)) Obrigada pela partilha!:)
    .
    O pouso da ousadia...
    .
    Beijos
    Uma excelente tarde!

    ResponderEliminar
  11. Olá, Ailime, gostei de ler esse poema de grande beleza e raro inspiração.
    Parabéns!
    Um bom final de semana,
    um beijo.

    ResponderEliminar
  12. Olá, Ailime!
    Passei por aqui, relendo este lindo poema, e desejar um Feliz fim de semana!
    Beijinhos e muita saúde!

    ResponderEliminar
  13. Mais um belo poema, bem demonstrativo de toda a sua sensibilidade poética, Ailime! Adorei ler! Aproveito para dizer, que um outro poema da Ailime, ficará em destaque por lá no meu canto, durante alguns dias.
    Beijinhos! Bom fim de semana!
    Ana

    ResponderEliminar
  14. Muito belo que é este teu poema, gostei imenso dos teus versos!! Bom final de semana para ti, feliz e abençoado mês de Maio para ti, muita saúde e muita paz, muitos beijinhos e fica bem!!

    ResponderEliminar
  15. A tela de José Malhoa comove-me... Havia muita miséria e obscurantismo...

    Gosto da poesia que percebo no seu texto...

    Bom domingo. Beijinhos, Ailime.
    ~~~~~~~

    ResponderEliminar
  16. Grande sensibilidade poética, minha amiga.
    captaste a beleza, a simplicidade e a elegância duma tela especial.

    Um beijo.

    ResponderEliminar
  17. Quanta saudade transparece desse belo poema, Ailime! E como é amarga e dose a saudade, ao mesmo tempo! Meu abraço, amiga; boa semana.

    ResponderEliminar
  18. Que belo, Ailime!
    Quantos vestígios, do que nos foi, os nossos sentimentos e saudade podem encontrar nos limiares das portas...

    Boa semana, amiga!
    Beijinhos.

    ResponderEliminar

«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.