Carlos Botelho
A cidade está coberta de sombras.
Subo as escadas e no pátio
apenas um gato espreita
uma nesga de sol
e quebra o silêncio, que
me atordoa e desalenta.
Não me reconheço
nestes dias solitários
de recuos e fugas
onde tudo me parece
desconhecido.
Até o rio já não tem a mesma cor.
Corre pálido num sussurro
sem barcos nem marés.
A cidade emudeceu.
O silêncio invadiu-a e
não ouço o adejar dos pássaros
nem o chiar dos elétricos.
É uma cidade de bancos vazios,
de janelas fechadas
e telhados suspensos.
O crepúsculo apressa-se
e a noite dependura-se na lua.
Apenas o amanhã me poderá
devolver a liquidez dos dias.
Subo as escadas e no pátio
apenas um gato espreita
uma nesga de sol
e quebra o silêncio, que
me atordoa e desalenta.
Não me reconheço
nestes dias solitários
de recuos e fugas
onde tudo me parece
desconhecido.
Até o rio já não tem a mesma cor.
Corre pálido num sussurro
sem barcos nem marés.
A cidade emudeceu.
O silêncio invadiu-a e
não ouço o adejar dos pássaros
nem o chiar dos elétricos.
É uma cidade de bancos vazios,
de janelas fechadas
e telhados suspensos.
O crepúsculo apressa-se
e a noite dependura-se na lua.
Apenas o amanhã me poderá
devolver a liquidez dos dias.
Texto
Ailime
19.03.2021
Ailime
19.03.2021
Excelente poema. Obrigada pela partilha!:)
ResponderEliminar*
Entre o silêncio das palavras
*
Beijo, e um excelente fim de semana.
Maravilhosa poesia,Ailime! Gostei muito! beijos, tudo de bom,chica
ResponderEliminarPoema maravilhoso que me fascinou o ego ao ler.
ResponderEliminar.
Cumprimentos poéticos.
( Feliz dia do Pai )
.
Pensamentos e Devaneios Poéticos
.
Boa noite, querida amiga Ailime!
EliminarTambém não reconheço a vida de antes por aqui. Estamos em novo confinamento.
Gostei de todas abrangências que abordou.
Nem o canto dos pássaros... Tristonha vivência.
Que nosso silêncio seja de fecundidade!
Poema profundo!
Esteja bem, amiga!
Beijinho fraterno de paz e bem
Todos esperamos esse amanhã...
ResponderEliminarExcelente poema, parabéns pelo talento e inspiração.
Bom fim de semana, querida amiga Ailime.
Beijo.
Também gosto muito Ailime!!! Bj
ResponderEliminarAilime, estamos todos saturados e ansiosos pelo regresso à vida que conhecíamos.
ResponderEliminarO poema é, realmente, magnífico.
Beijos e saúde.
Um poema tão rente a tudo o que estamos a viver. Todas as cidades são tristes quando as pessoas não andam livremente pelas ruas. Apenas a nossa esperança sussurra uma prece para termos a nossa vida de volta.
ResponderEliminarUm belo poema, minha querida Amiga Ailime.
Cuida-te bem.
Uma boa semana.
Um beijo.
E viva a Poesia!
Um poema notável, que tão bem traduz a forma como sentimos os dias de agora... Gostei imenso, Ailime! Parabéns! Beijinhos! Feliz domingo!
ResponderEliminarAna
Um dos poemas tecnicamente mais belos escritos por Ailime! No dia internacional da poesia, faz jus ao imenso talento e inspiração! Beijos
ResponderEliminarBelo e descritivo poema, Ailime! Vivemos, realmente, dias escuros: a cidade e o mundo parecem cobertos de sombras. Mas a luz voltará! Meu abraço, amiga; boa semana.
ResponderEliminarUm belo poema, que retrata bem os nossos sentimentos neste tempo de pandemia.
ResponderEliminarAbraço, saúde e boa semana
Bonito poema que refleja ese sentir de soledad y abandono de la vida que conocíamos y que ansiamos volver a recuperar.
ResponderEliminarSaludos.
Tudo sombrio, gostei de como expressou a que estes tempos nos transporta. bjs
ResponderEliminarOlá, amiga!
ResponderEliminarGostei seu poema.
Vamos a ver se amanhã acordamos ao som dos pássaros!...
Beijinhos!
bonito poema,
ResponderEliminarbeijo
Querida Ailime, esse seu sentimento é o meu e de milhões de pessoas! Você retratou tão bem, tão fiel nossos sentimentos! Aguardo com muita ansiedade a vida normal, sei que não é para agora, mas essa esperança eu tenho.
ResponderEliminarMuito bonito seu poema, gostei muito, amiga!
Beijo, um bom fim de semana.