sábado, março 22, 2025

Semana Comemorativa do Dia Mundial da Poesia

 

A minha segunda participação nesta semana comemorativa do Dia Mundial da Poesia, a convite da Amiga Rosélia, no seu Blogue ESCRITOS D'ALMA, com a imagem nº 6 para inspiração.


Um encontro furtivo.
No jardim das nossas almas
jurámos eterno amor.

As palavras que trocámos, em surdina,
eram como uma aragem 
a oscular nossos corações.

Os nossos olhos, como faróis,
atraíam-se mutuamente,
nos recônditos do nosso âmago.

O nosso refúgio continua intacto.
As flores, os aromas, as cores,
tudo chameja
num terno e doce laço.

Emília Simões
22.03.2025

segunda-feira, março 17, 2025

Semana Comemorativa do Dia Mundial da Poesia


A minha participação nesta semana comemorativa do Dia Mundial da Poesia, a convite da Amiga Rosélia, no seu Blogue ESCRITOS D'ALMA.



Os teus olhos seduziram-me
como duas azeitonas verdes,
brilhando como candeias acesas.

Enleaste-me com os teus braços,
os meus com ternura te enlaçaram.
Por instantes, ficámos em silêncio.

Nossos corações sedentos,
unidos, batendo com vigor,
beberam da mesma fonte.

Era o início de um pacto,
que sendo tão desejado
se colou ao nosso viver.

Emília Simões
15.03.2023

sábado, março 08, 2025

O silêncio do deserto


O silêncio do deserto
convida a contemplação,
a introspeção,
numa busca interior
em que os ruídos
do mundo não interferem.
No deserto não há solidão.
Apenas o desejo de escavar no 
mais profundo do âmago
o que perturba, o que não está bem,
o que cega e retira o brilho
do sentido da vida.
Deserto, terreno propício
à conversão dos atos
e formas de viver.
No deserto há sempre
um espaço favorável
para colher uma flor.

Desejo a todas as Mulheres
Feliz Dia!

Texto e foto
Emília Simões
08.03.2025

sábado, março 01, 2025

Em silêncio

Pixabay

  

Há muros e lírios
nos meus jardins.
Os muros com vestes aveludadas
de musgos e fetos, 
numa paisagem sombria,
convidam-me ao silêncio.
Ouço apenas o canto dos pássaros
e observo no fundo do quintal
os lírios, que evocam saudade.
Os meus jardins têm poucas flores.
As rosas ainda persistem; são belas,
como os lírios.
Ali me detenho, sem pressa.
Escuto atenta
o canto dos pássaros
que, em meu redor, se agitam
e partem em debandada.
O muro resguarda o silêncio,
nos vestígios do meu olhar.

Texto
Emília Simões
01.03.2025



sábado, fevereiro 22, 2025

O tempo


O tempo é como as 
escultura talhadas
nas areias molhadas da praia.
Dura muito?
Dura pouco?
A maré é o indicador
e quão breve é a maré,
como o tempo, que esmaece.
Uma onda de espuma
no seu vaivém 
ou uma aragem destroem
o trabalho do artista,
que brilhou enquanto durou
o seu labor.
Assim é o tempo.
Brilha enquanto temos tempo
para o reter entre as mãos,
quando existimos sem pressa
e o tornamos inesquecível.

Texto e foto
Emília Simões
22.02.2025


sábado, fevereiro 15, 2025

Nos galhos das árvores


Pngtree


Nos galhos das árvores
o canto dos pássaros
anuncia a primavera
e as aves voam livres e felizes.
O tempo é célere
e escoa-se por entre os dedos;
agora inverno, amanhã primavera;
os campos enchem-se de flores 
e a natureza parece sorrir.
Os ponteiros do relógio
seguem o seu rumo
e a luz sobrepõe-se à penumbra.
Chegou o tempo
de colher os vestígios
da primavera e deixar 
que as flores inundem
o meu jardim.


Texto 
Emília  Simões
15.02.25


sábado, fevereiro 08, 2025

A poesia é livre



A poesia é livre e escorre
como um rio que, pela encosta abaixo,
vai serpenteando montes e vales 
até chegar à foz.
Mas, como o rio,
também a poesia
encontra obstáculos,
silêncios, incertezas,
e tantas vezes 
fica presa na garganta.
O poeta sente-se então incapaz
de desbravar a secura das palavras,
que teimam em ficar coladas
no palato do silêncio.
Uma rajada de vento
revolve a natureza.
O poeta estremece;
as palavras soltam-se.

Texto e foto
Emília Simões
08.02.2025

sábado, fevereiro 01, 2025

O meu mundo

Pixabay


O  meu mundo era tão restrito,
mas tão belo.
Longe do bulício das cidades, 
dos ruídos de que só mais tarde me apercebi.
Era um tempo de viver a natureza por inteiro.
Nas flores, nas aves, no azul dos céus,
no sol a brilhar por entre as searas
douradas, ao entardecer.
O mundo era perfeito. Respirava-se paz.
À noite milhões de estrelas cintilavam no céu
e tantas estrelas cadentes pude agarrar...
As constelações bem definidas no firmamento,
como jamais pude enxergar.
Em noite de Lua Cheia, como parecia tão próxima...
Uma noite tentei alcançá-la mas, desisti.
Estava muito alta e eu tão pequenina...
O meu mundo mudou-se para outro mundo.
Tão longe e tão perto nas emoções
que em mim ficaram guardadas,
nos intervalos dos silêncios
que, tantas vezes, se soltam nas asas do vento.

Texto
Emília Simões
01.02.2025
Foto Pixabay



sábado, janeiro 25, 2025

Passei na nossa rua



Passei na nossa rua e entrei na velha casa.
Ainda não tinha voltado desde que partiste.
Chovia, chovia muito, dentro e fora de mim.
Um caudal imenso enchia o leito do rio
que, lá em baixo, refletia o teu olhar
nas lembranças, que deixaste gravadas
no mais íntimo do meu ser.
Tanto que eu gosto daquele rio!
Guarda todas as memórias de quantos
partiram e deixaram as reminiscências
do passado, sobre as névoas do rio.
Um passado, que guardo em silêncio
no meu coração, que só eu sei,
que só eu entendo, que só eu vivo,
que crepita em intimidade e saudade,
para sempre.

Texto (Para minha mãe)
Emília Simões
25.01.2025
Imagem Google

sábado, janeiro 18, 2025

Gosto do gorjeio dos pássaros,



Gosto do gorjeio dos pássaros,
quando à noite se aninham
na árvore junto à minha janela.

Gosto do som da água,
que cai daquela cascata
na encosta da serra.

Gosto do colorido
das flores, quando desabrocham
no vaso, da minha varanda.

Gosto do sol no horizonte
brilhante como os teus olhos,
quando fixam os meus.

Gosto da natureza
verde e fresca,
nos dias calmos de inverno.

Gosto do silêncio,
das tardes soalheiras
em que escuto a tua voz.

Gosto, porque gosto
das coisas simples do mundo
que, em segredo, 
me falam de vida.


Texto e foto
Emília Simões
18.01.2025