Ivan Aivazovsky
Desço a rua, descalça, e os meus pés queimam.
Acompanha-me o silêncio e vêm-me à memória
os naufrágios.
Quantos serão os náufragos, os sem-abrigo,
os desalojados deste pobre e triste mundo
que os ditadores comandam na insensibilidade
do coração que não têm?
Debruçada na tarde quente e com os pés a escaldar
eu própria me sinto a naufragar num mundo que não sonhei
e onde apenas ouço o silvo sombrio do desespero,
que vai arrastando as dores pelas estradas de ninguém.
Quem ouve as vozes dos ruídos, dos sonhos quebrados
pela insanidade dos homens?
Ailime
16.06.2023
Poema deslumbrante que muito gostei de ler.
ResponderEliminarFeliz fim de semana
Boa noite, querida amiga Ailime!
ResponderEliminar"Eu própria me sinto a naufragar num mundo que não sonhei."
Você mesma deu a chave do porquê do nosso naufrágio emocional: a insensibilidade alheia.
Assim, vamos navegando por mares revoltos, sendo salvas por Deus que nos ampara e nos faz não permanecer à deriva.
Lindíssimo poema e me serviu muito lê-lo agora.
Deus abençoe você e sua família!
Beijinhos
Partilho dessa indignação.
ResponderEliminarUm abraço.
Canto triste e que faz pensar na maldade humana, no desrespeito aos mínimos direitos de vida. Assino contigo Ailime.
ResponderEliminarBjs e feliz fim de semana.
Não sonhámos este mundo onde as pessoa morrem a fugir da morte. É uma infâmia o que está a acontecer com tanta frequência. E todos nos sentimos naufragar com a indignidade humana.
ResponderEliminarUm poema muito sensível e oportuno.
Um bom fim de semana.
Um beijo.
Que lindo ,Ailime e quantas vezes nos deixamos abater e nos sentimos quase a naufragar! Ainda bem, logo retornamos... beijos, lindo fds! chica
ResponderEliminarMuito bela reflexão feita poema! Assim vai o mundo, fora do nosso contento.
ResponderEliminarBeijinhos, amiga Ailime! Tudo de bom!
Um poema muito bonito!!
ResponderEliminar.
Intervalo feito dalguma amargura...
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Beijos. Muita saúde, e um excelente fim de semana.
Um poema lindo! Somos todos naufragos de uma sociedade e ordem que, no fundo, acaba por nos ser imposta. Dinheiro, dinheiro e poder. Para meia dúzia, que rege o resto. Sob a falácia da liberdade, do neoliberalismo, do “trabalha o mais possível para adquirir o tal dinheiro/poder”, naufragamos no mundo e esquecemos o essencial: nunca perguntamos “quem sou eu?”. Vivemos para replicar o que a sociedade e cultura nos impõem. Talvez a nossa ancora, a única, seja a nossa verdade interna. Em que acreditamos? Não precisamos de âncoras externas, de aceitação pelo exterior. Precisamos de aceitação interior. Aceitação própria. Esses náufragos no mar da Grécia são inocentes, danos colaterais da perfídia humana. As suas almas não deixarão descansar quem não tem alma e se alimenta de ganância. Porque para estes, nunca chega, nunca é suficiente. E enquanto não chegarem a tal conclusão, e também eles perguntarem “quem sou eu?”, continuaremos a ver estes inocentes, iludidos pelo que a sociedade lhes manda, ou fugidos dela, serem danos colaterais da nossa insanidade coletiva. Beijos e obrigado por mais este lindo testemunho.
ResponderEliminarBonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Um poema que é um grito a um tema real.
ResponderEliminarEste mundo caminha para um descontrolo total.
Para reflectir!
Um beijo
:)
Um excelente poema de crítica social.
ResponderEliminarSentido, expressivo e veemente.
Foram bons momentos de leitura que agradeço.
Tem uma ótima semana, Poetisa Amiga.
Beijinhos.
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É uma triste realidade que urge alterar. É triste ver tantas vidas humanas a morrer, quando procuram uma vida melhor...
ResponderEliminarExcelente poema, amiga Ailime.
Votos de uma excelente semana!
Beijinhos.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Os ditadores provocam mais naufrágios que os temporais...
ResponderEliminarExcelente poema, os meus aplausos.
Boa semana, cara amiga Ailime.
Um abraço.
Um poema sublime, cara Ailime, este em que nos fala
ResponderEliminardas tristezas do mundo, onde os desvalidos não têm
lugar.
Boa semana, amiga.
Beijinhos
Olinda
Triste, sim, Ailime. Mas quanta sensibilidade e poesia nas linhas e entrelinhas deste belo poema! Meu abraço, amiga; boa semana.
ResponderEliminarUm poema repleto de realismo e sentimentos fortes. Ao nosso redor, podemos ver e sentir as carências e injustiças tão gritantes. Mas, Deus é o Bom Pastor e o Juiz de toda a Terra e, certamente, trará retribuições devidas...
ResponderEliminarGostei de ler, reler e refletir...
Boa noite, amiga Ailime... Bjs
Olá Ailime,
ResponderEliminarPassando por aqui, para desejar um feliz fim de semana com tudo de bom.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Maravilha, querida Ailime, e eu penso nisso todos os dias e não vejo nada à frente como solução, o problema está no ser humano, na vaidade, na ganância, no egoísmo, na crueldade e nas piores patologias.
ResponderEliminarO mundo está doente, e de vez em quando desanimo, amiga.
Parabéns por tão lindo poema, aliás coisa que não me surpreende, conheço a tua veia poética, querida amiga.
Um feliz fim de semana, isso ainda conseguimos ter, somos privilegiadas.
Beijinho.