sábado, julho 02, 2022

Na solidão do vento

Erick Alves

Na solidão do vento encontro-me com o amanhã.

Os meus braços abrem-se como ramos de árvores

a baloiçarem-se num ritmo frenético

como se o outono surgisse no meio das folhas

que vão caindo amarelando o chão.


Nos muros já não brilham as glórias da manhã

que, ressequidas, apenas das hastes a lembrança

dos eflúvios que  aromatizavam  o meu ser

que agora preenchem um pacto de silêncio.


Não distingo nas sombras do vento

a claridade dos dias e os sons do alvorecer.

Apenas um pássaro veloz, indiferente à minha sede,

traça no céu as cores da primavera.


Texto
Ailime
01.07.2022

20 comentários:

  1. Belíssima inspiração,Ailime! Quando o livro chega? beijos, ótimo fds! chica

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  2. Poema deslumbrante que me fascinou ler.
    .
    Um feliz fim de semana.
    .
    Pensamentos e Devaneios Poéticos
    .

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  3. Boa tardinha de sábado, querida amiga Ailime!
    Na solidão do vento as cores são ofuscadas e podemos sentir vários estados de espírito.
    O vento indiferente aos nossos sentidos faz reviravoltas em nosso ser no seu silêncio ruidoso.
    Muito bonito e que, em 2022, venha o livro por nós tão esperado!
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos com carinho fraterno
    😘🕊️💙💐

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  4. Mais um belíssimo poema, Ailime.
    Quando puder passe por aqui http://amulhereapoesia.blogspot.com/2022/06/ailime-rasga-me-no-peito-dor.html
    Abraço, saúde e bom fim de semana

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  5. Anónimo7/02/2022

    Ah! Dos melhores poemas que já escreveste. Apesar de entender essa solidão, quando olhas o mundo em redor, passado e futuro, lembra-te que é também nossa a escolha entre nos sentirmos sós e estarmos sós. Muitos mascaram a solidão com aquilo que o mundo lhes oferece. Pensos rápidos. Outros mergulham nela e tentam entendê-la, talvez escrevendo sobre e com ela. Talvez o vento seja a voz da solidão, talvez o passado o pai dela, e o futuro o filho dela. Talvez a solidão seja isso, a nossa alma navegando os anos, a nossa consciência vivendo todas essas fases da vida: o passado, o presente e o futuro. Eu acho que este poema está tão bem escrito que merecia ser publicado num LIVRO!!! Beijinhos, Sérgio

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  6. Boa noite Ailime,
    Belíssimo poema aqui nos presenteia, onde os ventos sopram desordenados, em várias direções, e ao mesmo tempo, juntam em nós, todas as emoções.

    Gostei muito.

    Votos de um excelente fim de semana!
    Beijinhos.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com

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  7. A solidão pode ressequir-nos por dentro.
    Aceitá-la e conviver com ela é muito difícil
    mas também poderá ser a escapatória
    de que precisamos.
    Este seu poema aborda um grande mal
    de todos os tempos. E falar sobre ele
    nunca é demais.
    Bom domingo, minha amiga.
    Beijinhos
    Olinda

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  8. Um pacto com o silêncio onde um pássaro veloz, indiferente à tua sede, traça no céu as cores da primavera e descansa nos teus braços abertos como ramos de árvores. Tão belo, minha querida Amiga Ailime!
    Tudo de bom para ti.
    Um beijo.

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  9. gosto do seu tipo de poesia - de um lirismo encantador

    beijo

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  10. Um poema muito belo, Ailime! O vento sempre traz mudanças e elas podem aquecer o coração. Bjs.

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  11. Um belo poema com cores outonais, com sons de folhas caindo sobre os rastros de uma certa solidão.
    Aplausos Ailime, belo canto.
    Beijo e paz e feliz semana.

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  12. Muito belo, Ailime.
    Despedindo-me, deixo um grande abraço.
    ~~~~~~

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  13. Linda a tela e belo o poema...😘

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  14. Muito belo, Ailime! e traz uma grande verdade: não importa quando chega o nosso outono, um pássaro veloz sempre traçará no céu as cores da primavera! Meu abraço, amiga; boa semana.

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  15. Boa Tarde Ailime
    Uma poesia bela e refrescante, que nos deixa serenos.
    A foto em sintonia.
    Uma belissima postagem.
    Desejo uma boa semana .
    Um beijo
    ;)

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  16. Muito lindo, Ailime, solidão é um tema que
    quanto mais lemos, mais queremos ler.
    E que poema lindo, amiga!!
    Aplausos daqui pra você!

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  17. A chegada do outono pode ser acompanhada da solidão... e nem o vento ajuda...
    Magnífico poema, gostei imenso.
    Bom fim de semana, amiga Ailime.
    Um beijo.

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  18. Aplausos! Seus poemas sempre profundos e "onde tem pássaros" há esperança e liberdade... A conclusão com "cores da Primavera" intensificou os versos com muita VIDA!
    Beijinhos

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.