domingo, outubro 17, 2010

Porque insisto em escrever


Porque insisto em escrever
Se me faltam as palavras,
Se nem sequer as folhas
Douradas dos plátanos
Deste Outono instalado,
Me aguçam a inspiração.
Sim, porque insisto
Em escrever palavras
Que me povoam e
Nada significam.
Gostaria de ser poeta
Para transmitir mensagens,
Pensamentos, estados de alma.
Falar de sentimentos,
De alegrias, tristezas e de
Outras coisas que os poetas
Costumam publicar.
Mas nada emana de mim;
Sinto-me esmagada pelo tempo,
Pelo espaço que me rodeia,
E me prende os movimentos.
Não consigo vislumbrar o sol,
Porque uma maresia imensa
Teima em envolver-me
E as palavras foram-se de mim.

Ailime
17.10.2010
Imagem cedia gentilmente pela Net

12 comentários:

  1. Querida Amiga Ailime,
    Como me identifico com tudo o que escreveu e o que sente.
    Atendendo ao ambiente "global" vamos ter de levar com tudo isto, por alguns aninhos...quantos serão? Falando particularmente...nossos casos pessoais, são também um processo de crescimento e provas de Fé que estamos a viver...que Deus nos acuda e valha para tudo melhorar, pois o começo da necessidade dum "colinho" aproxima-se...e ainda estamos a dar esse colinho aos nossos filhos.
    Ou por isto, ou por aquilo, este mundo assim está, a nos dificultar o envelhecimento tranquilo e reconfortante...aquele em que só nos apetecia, descansar, orar e meditar tranquilamente agradecendo as Graças...mas além de tudo isso, temos de nos inquietar pelos tempos que se instalaram e pelos ventos destas mudanças e maneiras de estar, tão repentinas que nem dão tempo a nós digerirmos essa mudança.
    Ontem fomos falar com o Sr.Padre Filipe (Seminário da Luz) tem acompanhado o nosso processo e de n/filho. É sempre gostoso ouvir os seus conselhos. Colocar em prática, é que é difícil. Vamos vêr se o nosso filho volta à fala com este Grande Senhor da Igreja.
    Um Santo Domingo e forte abraço.
    Bjs. sinceros e desejos de ficarmos com ELE sempre.
    Mer e família
    PS: Estou a fazer caminhada de minha residência até à Igreja da Luz...rezando o terço pelo caminho e também lá, ao S.dos Passos e NS. da Luz. Depois regresso novamente a pé, até m/casa e rezando, rezando. Tinha prometido e nunca tinha tido essa oportunidade...são nove dias de caminhada, vamos vêr se desta vez, consigo ir até ao fim.
    Não tenho possibilidades de ir a Fátima a pé...então lembrei-me de ir fazendo desta forma, em substituição do meu desejo de ir a Fátima.
    Bjs.
    Mer

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  2. Ailime, minha amiga
    Se o que escreveu é "desinspiração"...
    Saiu do fundo da alma como um grito que chegou aqui.

    Quem gosta de dar liberdade ao que sente no coração solta tudo. Até os sentimentos mais controversos do seu estado de espírito. Escrevo muitas vezes neste registo o que não quer dizer tristeza, são apenas momentos mais sensíveis da nossa condição humana, quando tudo se aprofunda e sai pelos poros em escrita. Foi isto que senti neste desabafo inspirado de tantas emoções.Obrigado por partilhar um momento tão bonito de "desinspiração":))

    Como eu a entendo. Nada como deixar sair a "falta de inspiração", é vê-la transformar-se numa cópia fiel do que a alma sente.O resultado são estes maravilhosos poemas que tocam quem os lê. É poesia verdadeira!

    Um beijinho muito grande de amizade
    Dulce

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  3. ___________________________________________


    Minha amiga, não me pareceu ao ler o seu texto, que as palavras lhe faltam... É um texto inspirado, do qual gostei muito!


    Beijos de luz e o meu carinho!!!

    ______________________________________________

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  4. Olá Ailime, adorei teu cantinho!

    As palavras nunca podem traduzir o que sentimos, os poetas são nada mais do que teimosos em querer transpassar o sague que lhe corre para o papel. Inútil. Num olhar ou no silêwncio poderá ser ler muito mais, do que palavras!

    *O teu nome me chamou atenção, pois eu me chamo Aílame, e não conheço ninguém com meu nome (rs).

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  5. Alime querida se isso não é inspiração! Então não poderia haver poetas porque o que escreve são palavras vindas do fundo da alma sentidas por quem tem sentimentos puros.Gostei muito escreva sempre que estiver inspirada obrigado amiga por este momento.Beijinhos.

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  6. Isso aki ta muito bom isso aki ta bom demais, lindo tudo este post sensivel e fantástico, amo tudo aki, agora quero ir ler o premio Nobel. beijos.

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  7. É preciso ir escrevendo, sempre!

    Até é bom para o espírito!...

    Saudações poéticas

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  8. Percebe agora, Ailime, porque precisa de insitir em palavras? Porque não, não se foram de si. São poéticas, terapêuticas, catarticas, e mesmo quando o Sol nao se vê, sabemos que está lá, pronto a despontar entre as folhas amachucadas e outrora viçosas das arvores! Mas o seu amarelo outonal é igualmente imperdível no arco-íris da vida. Um grande beijinho. Sempre

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  9. Não foram, não, amiga. As palavras estão aí, sempre à espera para se soltarem. E que bem as juntas!
    :)

    Bjinhs

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  10. Amiga Ailime,

    lindas palavras...

    beijinhos

    Gisele

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  11. Não queiras escrever como os poetas, nem escolas palavras bonitas,os poetas falam do mar da lua das estrelas inventam muitas vezes as palavras que nem sentem.
    Escreve como sempre escreveste com as tuas palavras, com o teu sentimento com o amor que emana do teu coração,poder crer minha querida que tu sim és uma poetisa mais doce e sincera, tu minha amiga que sabes deixar nas tuas mensagens o amor e o caminho que cada um de nós deve de traçar, não precisas de imaginação é só deixares sair o que queres transmitir.
    vou ficar á espera de novo poste
    beijinhos

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  12. Não sei por que não seguia este blog antes, gosto muito do que escreve!
    Minha querida amiga, não deve haver ninguém mais sem estudos do que eu, que apenas tenho a 4ª classe... Circunstâncias houve que me impediram de continuar os estudos, mas nunca me impediram de me "cultivar" e continuar sempre a aprender. Aprendi nos meus livros, nos dos meus filhos, da minha irmã mais nova e nos manuais de Portugês que compro em feiras do Livro.
    Sou completamente autodidacta. Li centenas de livros, tenho em casa obras dos mais importantes poetas portugueses, os quais estudo para aprender com eles, que considero os meus mestres...
    Espero que não me perca o respeito por saber o que sou; apesar da falta de estudos oficiais considero-me autora e poeta, isto ninguém me tira. E não é um sonho, é a realidade; perdoe a falta de modéstia mas sou muito sincera, e considero-me inteligente o suficiente para saber o talento que tenho, apesar de conhecer perfeitamente as minhas limitações.
    Se reparar nos meus escritos, eu nunca aplico palavras "difíceis", por desconhecer o seu significado. A minha linguagem é simples, como eu; e se reparar na poesia de Florbela Espanca, Fernando Pessoa, José Régio e outros grandes poetas, verifica que também eles usaram uma linguagem acessível a toda a gente e nem por isso deixaram de ser grandes.
    Não se deixe abater pela falta de estudos académicos, conheço gente dessa que não sabe juntar duas frases, e muito menos fazer versos...
    A Ailime escreve muito bem. Quando leio um poema eu não reparo só nas palavras, reparo principalmente nas métricas, na gramática e na ortografia. E isso você faz muito bem. Juntando a isso as belas palavras que lhe saem do coração, eu diria que a Ailime é uma boa poetisa (ou poeta, como preferir).
    Desculpe o comentário prolongado, sou uma fala-barato.
    Beijinhos e bom fim de semana.

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.