No voo das palavras ouço a voz do vento
quando os pássaros atravessam relâmpagos
e as sombras do crepúsculo se quedam
como asas a planar sobre escarpas.
É a hora em que as memórias
saltam os muros impenetráveis da solidão
e eu caminho descalça sobre as marés
qual barco a navegar na linha do horizonte,
até que as horas me devolvam a voz
a quebrantar-se na espuma alva da praia.
Texto
Ailime
24.10.2020
Imagem
(desconheço o autor)