Tela de Guillo Pérez |
Por vezes ouço um galo a cantar.
Poderão achar estranho mas não é.
O campo entrou na cidade
pelas frinchas da varanda
da vizinha do sexto andar.
E ficarão a pensar:
mas que coisa sem sentido,
sem nada ter de poético.
No entanto para a vizinha
o galo no seu cantar
protege-a da solidão
num jardim onde há muito
as andorinhas rasgaram as asas
e jazem feridas no chão.
Texto
Ailime
27.02.2015
Imagem Google