terça-feira, setembro 29, 2015

Torna-se necessário rescrever a canção

Torna-se necessário rescrever a canção
Mesmo que as mãos, em chamas,
Recusem o gesto, vacilante, da melodia.

Como os pássaros, que de asas feridas
Cruzam os céus em voos arrojados,
É urgente que os barcos ergam as velas
Na melopeia cadente da maré cheia.


Ailime
29.03.2015
Imagem Google

sexta-feira, setembro 18, 2015

É no outono

É no outono que a tua memória
Reacende em mim a saudade.

O rio escorre-me nas faces
O sabor amargo do mar
Como se um barco
Transportasse nas velas
Os ecos insondáveis do tempo.

No infinito apenas a luz
E as folhas a esvoaçar
Num misterioso rodopio
Me falam do teu silêncio
Envolto num estranho vazio.

Texto
Ailime
18.09.2015
Imagem Google

terça-feira, setembro 08, 2015

O resgate


Hoje os mastros não me falaram de outono
e  o sol irrompeu no horizonte, altivo.
O mar rasgou as marés e devolveu-me o sal
num barco repleto de ardis.
Na areia da praia uma ave ferida
aguarda o resgate, do nada.

Texto e foto
Ailime
08.09.2015