No silêncio das folhas
o eco da chuva que, irrefreável,
nos espanta e das nuvens
vai tombando
como cascatas de pérolas
a brilhar nas calçadas.
Estendo-lhe os braços, as mãos
e acolha-a, como bem precioso,
tão próxima de mim
a desviar-me a atenção
das guerras, dos mal-entendidos,
das frustrações, das impiedades.
No jardim, as folhas acolhem os pássaros
que perderam o norte
e repousam o outono nas tardes dos dias.
Ailime
29.10.2022