terça-feira, janeiro 25, 2022

Uma rua


Desconheço o autor


Uma rua pode ser lisa, ter pedregulhos, buracos.

Pode ser uma ponte de passagem,

mas também uma armadilha.


Pode ser nua, ter flores nos canteiros

e árvores nos jardins a ladeá-la.

Um rua pode ser tanto e tão pouco.


Pode ser um beco sem saída

mas também uma avenida retilínea

sem fim à vista.


Uma rua pode ser  principio e fim.

O principio de uma viagem,

o fim de um grande amor.



Texto
Ailime
25.01.2022
Imagem
Google





terça-feira, janeiro 18, 2022

O silêncio abre os meus olhos

 


O silêncio abre os meus olhos

e nele me reencontro

quando na brisa das manhãs

o sol rompe uma nuvem

e os pássaros

em revoada, entoam a alvorada

no desabrochar de uma flor.

O silêncio abre os meus olhos

num recôndito vale sombrio

onde a quietude se faz presente

nas curvas sinuosas dum rio.

O silêncio abre os meus olhos

quando o sol se esconde no horizonte

e a terra respira paz.

 


Texto
Ailime
18.01.2022
Imagem Google

terça-feira, janeiro 11, 2022

Há no silêncio dos corpos

Leonid Afremov


Há no silêncio dos corpos

uma cumplicidade no olhar

como se relâmpagos

alumiassem as escarpas

onde nos desnudamos

como cardumes ao vento

a marulhar em praias

invisíveis.

Afetos e vozes inaudíveis

mergulham definitivamente

num mar de privação, 

no universo inacabado

para lá do tempo

e dos enigmas do espaço.


Texto
Ailime
10.01.2022
Imagem Google

terça-feira, janeiro 04, 2022

Sigo por uma rua estreita



Sigo por uma rua estreita

e os meus olhos alongam-se

na direção do mar

Antes agarrava as estrelas

com as pontas dos dedos

e desenhava manhãs

na linha do horizonte onde o

poente se insinua nas asas 

dos pássaros.

Hoje ainda me espantam os corais

e os búzios

onde tatuei os meus sonhos

que à margem do tempo e das águas

não contam os dias.


Texto
Ailime
Jan/2022

Imagem Google