Palavras adormecidas
teimam em cingir-me a voz
que rouca, pelo frio do inverno,
se aninha no meu rosto gelado.
No firmamento aves esvoaçam
lado a lado com o vento
e, letras à solta, como folhas,
pousam no meu regaço
que as recolhe sofregamente.
No silêncio da tarde
talvez soletre um poema,
com as penas
que os pássaros deixaram cair
no ruído do seu voo.
Texto
Emília Simões
24.02.2024
Imagem Google
Emília Simões
24.02.2024
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