No tumulto das palavras sinto solidão.
Não é que as palavras não foquem sentimentos,
mas, por vezes, o gume ácido da vida
não deixa que façam sentido.
Na transversal das ruas que percorro
como ave sem penas, ouço à distância
o eco do silêncio que se me quebra na voz.
Há uma infinidade de ruas a percorrer
para melhor entender o significado
do que me rodeia, do que me espanta.
Porque a vida não sendo reta
é feita de sóis e de luas,
de abraços e palavras.
De ecos e resplendores
na partilha dos silêncios.
Ailime
26.11.2022