guardo palavras doridas
pelas ruas descalças
gastas pela solidão,
que afloram os olhares de espanto
pelo nascer ou pôr do sol
a iluminar as tezes macilentas
no relento das noites,
onde jazem sonhos inacabados
enrolados em folhas húmidas
dum outono precoce.
No meu silêncio guardo
toda a minha inércia,
a minha pressa
a minha indiferença
pelo mundo marginal
que me passa ao lado
que não quero ver,
que recuso enxergar
porque me falta amor.
Até quando a minha alma vazia
deixará que o amor se expanda em liberdade
num abraço à solidão?
Texto e foto
Ailime
25.11.2018