ouço o vento nas folhas
que caem impiedosamente
e a chuva que as embebe
deixando-as brilhantes
no chão escorregadio.
No silêncio do outono
revejo folhas antigas
que me trazem memórias
embutidas no meu ser.
No silêncio do outono
entro na tua casa
e as paredes brancas e frias
falam-me de ti
a observar o rio lá em baixo,
que corre límpido como o teu olhar.
No silêncio do outono
recolho-me, não ouço a tua voz
e não tarda é inverno outra vez.
Texto
Emília Simões
26.10.2024