Em Abril sonhei-te,
e coloquei um cravo
numa espingarda
no Carmo, por entre a multidão,
também fiz Revolução.
Imaginei um país de poetas e
cantores, de pessoas felizes
onde a pobreza não fosse.
Imaginei o jardim que não eras
todo vermelho de cravos
e de campos alegres, onde
o sol haveria de brilhar
para todos, porque sim.
Mas a noite era de muitos
e tu não quiseste a flor;
pisaste-a, despedaçaste-a
e o sol não brilhou nas searas.
As cidades ficaram escuras,
tristes, cada vez mais vazias
e ainda a flor continua pisada,
sem cor, os rostos ausentes
e o País que sonhei
ainda não é.
Ailime 18.04.2011
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