Tela de José Malhoa |
A porta azul entreabriu-se a soluçar
E da janela já não irrompe
a luz
Que anunciava o nascer da aurora.
O relógio continua embutido
Na parede de cal branca
Com os ponteiros estáticos
Gélidos como o orvalho da madrugada.
Lá em baixo os lírios murcharam
E os muros esboçam o tempo
Em gestos rasgados de musgos.
No celeiro apenas sombras
Ecoam gritos de silêncios
Esmorecidos no eco dos escombros.
Lá fora os pássaros
Continuam em bandos
A sobrevoar o rio.
21.11.2013
Ailime
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