sábado, dezembro 21, 2019

É Natal



Lá fora olhares e  faces encovadas
deixam escorrer gotas de orvalho
geladas pela indiferença de quem passa.

As luzes, o alarido, a festa das compras
(de última hora num corre-corre desenfreado).
A noite  calada, fria, impiedosa
dos corações solitários aproxima-se.

Uma mão estendida num olhar côncavo
(onde cabe toda uma vida apática de rastos)
perde-se sob a arcada recôndita e sórdida do cais.

Na fogueira que me arde no peito
um aperto sangra-me a razão.
É hora de acordar e abraçar o meu irmão.


Ao longe, uma luz brilha.
Na gruta fria, envolto em trapos
eclode o Amor,
que abarca (abraça)  todos.
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Feliz Natal e um bom Ano Novo.
Abraços,
Ailime


Texto
Ailime
20.12.2015
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