quinta-feira, janeiro 22, 2015

O meu caminho


    O meu caminho é uma nuvem
    Que transporta um rio azul
    Que me fala da lonjura do tempo
    E do oásis onde um dia bebi da fonte
    O verdadeiro sentido das margens

    Não importa que as trevas envolvam
    As asas do meu viver
    E que transitoriamente
   A cegueira me estremeça na voz
   A precariedade dos voos

   Das sombras e da solidão dos mares
   Evado-me na vela de um barco
   (e o vento assola-me incessante)
   
   O meu caminho tem um farol
   Que sobrevoa as escarpas


  Texto e foto 
  Ailime
  22.01.2015


terça-feira, janeiro 13, 2015

Como podem as nascentes secar


Como podem as nascentes secar
A seiva do coração da terra
Se até as pedras parecem ter alma
Quando respiram os musgos
E sorriem à luz por entre os muros
Na germinação das flores?


Texto e foto
Ailime
13.01.2015


sábado, janeiro 03, 2015

Li-te na alma o poema


Li-te na alma o poema
E as palavras escorrem-me dos olhos
Como se o mar me sussurrasse
A brevidade do tempo.
Por vezes nem imagino
Como é cruel a viagem dos barcos
Com as velas rasgadas pelos bicos dos pássaros,
Que te afastam sem dó para longe da praia.
Nem sequer posso imaginar
Quando nos confins desérticos do mundo
Percorres sem destino as marés
Submersas nos silêncios da lua.
Olho em redor e tantas sombras,
E tanto mar, tanto mar a afagar-me o olhar.


Texto e foto
Ailime
03.01.2015