Sentada na escarpa observa o mar
que, num doce vaivém, beija as areias da praia.
Forte neblina envolve todo o cenário
duma estranha tarde de verão.
Os barcos já há muito que partiram
deixando os rastos no horizonte.
Iam cheios de ilusões e esperanças,
mas o mar anda sufocado
por detritos incontroláveis,
que estonteiam a vida marinha.
Regressarão mais cedo,
vazios os sonhos dos pescadores
que desesperam.
Olha em seu redor.
A praia está deserta.
Chove, no mar das ilusões
e as gaivotas partem em debandada.
Emília Simões
29.06.2024