Traçou com uma lufada de vento
o caminho que perseguia
e nem as flores nem as árvores
lhe disseram qual o destino
que havia de percorrer.
Sentia-se perdida, ao abandono,
como criança inocente
que, por momentos, larga a mão de seu pai
e cai desamparada no chão.
Não sabia os caminhos de cor
tão longa a distância a alcançar
movia-a apenas o sentido do sol
a acender-lhe no peito
a chama brilhante do dia
até confundir-se com ele.
Ailime
24.06.2023