sábado, junho 22, 2024

Estão sentados



Estão sentados em duas filas
como estacas, quase inertes,
que sustentam velhas árvores
prestes a tombarem no chão.

Nalguns rostos serenidade,
outros angustiados olham sem ver.

Muitos deixam pender a cabeça
e dormem alheios ao que se passa
em seu redor.

A maioria está calada
ou chama pela mãe, pelos irmãos
que já não tem.

Outros ainda há com um brilhozinho
nos olhos e falam, falam, para alguém
que os escute.

Na parede do fundo uma TV
emite sons que ninguém entende,
perturbadores,
 - são os zumbidos da idade, dizem alguns.

Lá fora, algum vento e sol,
mas não chegam a ver a luz do dia.

Rituais que se repetem como se 
num cárcere estivessem, pelo "crime"
de serem já muito idosos e doentes.

Texto
22.06.2024
Emília Simões
Imagem Google

18 comentários:

  1. Lindo, lindo! Amei o poema!!
    .
    Coisas de uma Vida...
    Beijos. Bom fim de semana

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  2. Um poema que retrata fielmente uma grande faixa dos nossos idosos.
    Abraço e saúde

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  3. Cenas tristes essas, mas tua poesia ficou linda.Real, verdadeira e pena é o que vemos! beijos, tudo de bom,chica

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  4. Bom domingo de Paz, querida amiga Ailime!
    Hoje vi uma cena triste de uma idosa de andador fazendo turismo num lugar nobre, com a família, mas eles a deixavam sozinhas pelo lugar ...
    Seu poema é realidade.
    Tenha uma nova semana abençoada!
    Beijinhos

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  5. Profundo y triste poema . El abandono que sufren muchos ancianos. Te mando un beso.

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  6. Uma realidade que nos entra pelos olhos dentro quando visitamos os nossos familiares próximos.
    Um abraço.

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  7. Sergio6/23/2024

    Se a nossa sociedade não se baseasse em dinheiro (os lares que o têm de ganhar, os filhos que o têm de ganhar e por isso, não podem tratar do pais etc, etc), isto não era a realidade. Ser tratado com dignidade na terceira idade devia ser um direito, não um negócio. Não abandonar quem nos fez e criou é nossa responsabilidade. Obrigado por ajudares a levantar o véu sobre este assunto. Beijos grandes, tenho muito orgulho em ter uma mãe assim!

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    1. Com licença, Ailime, para cumprimentar seu filho amado. Sou mãe e ter um filho que seja que nos seja cuidador já nos realiza imensamente.
      Parabéns aos dois!
      Abraços fraternos

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  8. Lindo de ler. Amei. Parabéns
    CUMPRIMENTOS poéticos

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  9. Olá Ailime
    Poema forte, onde é retratada a triste realidade dos nossos idosos, muitos deles abandonados, entregues á sua sorte...
    Gostei bastante.

    Deixo os meus votos de boa noite, e feliz semana, com tudo de bom.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  10. A realidade aqui descrita é muito triste e inquietante. Basta entrar num lar de idosos para podermos ver o que descreves. E tantas vezes acontece também junto da própria família. Já não são respeitadas as pessoas idosas e tudo o que elas ainda nos podem ensinar. A fotografia é tão real que dói.
    Tudo de bom, minha Amiga Ailime.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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  11. A vida dos idosos vai-se complicando dia a dia. Alguns, principalmente os que sofrem de alzheimer, nem têm consciência da morte que se aproxima.
    Excelente poema, minha querida amiga Emília, os meus aplausos para o teu talento poético.
    Boa semana.
    Beijinhos.

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  12. Belo e triste, Emília... e dolorosamente verdadeiro! A velhice, que deveria ser cheia de paz e dignidade, muitas vezes se assemelha a um crime, neste países do Ocidente! :( Meu abraço, amiga; boa semana.

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  13. Boa tarde Emília
    Um poema triste, porque é uma realidade.
    A imagem é chocante, mas é real.
    A velhice não devia ser assim, em nenhum lugar do mundo.
    Boa semana.
    Um beijo
    :)

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  14. Um poema de realidade e triste, a velhice neste estado é muito desolador.
    BOM DIA. BJSS

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  15. Olá, querida Ailime, tão sofrido, tão real esse poema!
    Essas mãos dá uma dor no coração...assim são muitos idosos, vida triste, abandonados, infelizes... e assim suas vidas continuam até o último suspiro de agonia.
    que coisa triste, vejo muito por aqui, abandonados pelas calçadas...os conhecidos moradores de rua.
    Beijinho, amiga!

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.