quarta-feira, outubro 26, 2011

Rompo silêncios

Leonid Afrenov
Rompo silêncios
Por entre lagos imensos
De chuvas diluvianas
Neste Outono quase Inverno
Instalado nas horas do tempo.

E abraço a ventania
Que em rodopios dispersa
As folhas caídas
Sobre os bancos dos jardins
Desertos, onde esquecida
Ficou a marca da solidão,
Apenas amenizada
Por um ténue raio de sol.

Ailime
26.10.2011
Imagem da Net

sexta-feira, outubro 21, 2011

Números...

Nesta convulsão histórica
Esbarro em interesses
Tácitos de perversão
Onde as vontades se anulam
Perante as violências autoritárias
Indiferentes aos sentires
De almas atribuladas
Que ocultam no olhar
A incerteza do presente
Na ausência de compaixão
Abstraída por números
Implacáveis de desdém
Pela dignidade do Ser.


Ailime
21.10.2011
Imagem da Net

terça-feira, outubro 18, 2011

Um poema de Sophia

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nossos membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.

Sophia de Mello Breyner
Ailime
18.10.2011
Imagem da Net

domingo, outubro 09, 2011

Despertar diferente


Vou deixar que a vida flua
Como as linhas de água
Que correm serenamente
Deixando
Nas margens
Um suave cheiro
A manhã.
Vou apreciar em cada flor
Os gestos afáveis
De cada ser humano.
Vou aprender a sorrir
Em cada raio de sol
Que ilumina cada dia.
Vou admirar o luar,
As estrelas e o mar.
Vou aceitar com serenidade
Caminhar na vida,
Em cada manhã que desponta.
Vou, enfim, reaprender a viver
Neste despertar diferente.

Ailime
09.10.2011
Imagem da Net

sábado, outubro 01, 2011

Natureza


Envolta em ténues fios de luz
Depurados pelos ramos frondosos dos bosques
Sinto-me repousar em verdes prados,
E ouço as águas que entoam nas cascatas
E sinto o silêncio do Universo
Nos melodiosos trinados das aves,
Que esvoaçam de galho em galho
Em sublime sinfonia de amor.

Ailime
01.10.2011
Imagem da Net