terça-feira, agosto 27, 2013

O fogo



O fogo abrasa e as flamas
No chão ressequido, quente,
Impiedosamente
Sugam da terra a seiva
E os frutos em maturação.

Perante hostis indiferenças
O fogo ateia nas almas
A angústia da privação
E a dor do chão devastado.

Mas os ventos agora  adversos,
Espalharão por sobre as cinzas
Sementes de esperança
E na terra profanada
Novos frutos germinarão.


27.08.2013
Ailime
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domingo, agosto 18, 2013

A limpidez das estrelas


Nem sempre as musas mergulham
Nas sombras dos bosques
Onde o silêncio fica aprisionado
Nas teias de luz
Que fugazmente te acariciam.

Mas as palavras soltam-se
Como aves em redor dos ninhos
E, por instantes, o luar
Irrompe como um espelho
E reflete no abraço da noite
A limpidez das estrelas.

18.08.2013

Ailime
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sexta-feira, agosto 09, 2013

Guardo na voz o silêncio

Van Gogh

Guardo na voz o silêncio
Das madrugadas em que desfiavas
Trovas que mascaravam
O sal das lágrimas
Que te sulcavam o rosto
Nas planícies cobertas de corvos.

Mas trazias na alma o sossego
Das tardes purpúreas do sol-posto
Que te amenizavam a noite
Que precedia a jornada.

De novo a labuta, a sobrevivência
O suor e as lágrimas
Dum tempo outro, impuro
Igual no sangue e verdade.


09.08.2013
Ailime
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domingo, agosto 04, 2013

O rio, o mar e o sol


O rio, o mar e o sol
A autenticidade dos dias
Que correm céleres
Na voragem do tempo
Que te enlaça e seduz
No fascino do amanhecer,
Na maresia que te inebria
E insufla a aragem
Dos instantes que te acariciam,
Como se a luz da manhã
Adiasse o entardecer.


Agosto/2013
Ailime
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