No silêncio do quarto, ouço a manhã a cantar
nos pássaros a esvoaçar em redor dos ninhos,
nas flores a desabrochar e nas crianças a brincar
no pátio da antiga escola, onde joguei à cabra-cega.
O tempo adejou com o vento, deixando apenas rastos,
que hoje fazem a minha história parecer tão remota.
Nada está como dantes, muitas metamorfoses...
Até o rio corre aos soluços por entre os seixos
esculpindo nas margens ecos passados, de tão copioso.
Os campos devastados pelos incêndios não são os mesmos.
As casas são mais brancas, mas permanecem vazias.
Olho para trás e falta alma à minha aldeia.
A vida de outrora apagou-se e o sol já não tem brilho.
Emília Simões
11.05.2024
Boa noite de sábado, querida amiga Ailime!
ResponderEliminarImpressionante sua memória afetiva bem lúcida.
"Nada está como dantes, muitas metamorfoses."
Só de sentir assim, sabe bem como foi e é...
Muito lindo seu texto poético!
Tenho em mim também minha infância e o povoado do interior.
Tenha um domingo abençoado!
Beijinhos com carinho fraterno
Tudo muda,Ailime! Nossas casas, cidades e aldeias já não são as de outrora...Lindo fds! bjs,chica
ResponderEliminarEste mundo já não é o nosso mundo.
ResponderEliminarUm abraço.
Profundo y bello poema. Todo cambia y a veces para mal. Debemos cuidar nuestro mundo antes que se muera. Te mando un beso.
ResponderEliminarA vida, as aldeias, as cidades, a natureza, o mundo - em constante fluxo e mudança. Tudo morre e renasce de outra forma noutro lado. Num ciclo constante, sim, de metamorfoses. Nós testemunhamos algumas, mas outras hão-de vir. Daí que não nos devemos preocupar nem com o que foi, nem com o que será, mas sim com o que é. E o que é, é aquilo que fazemos dele agora. Há nova alma na aldeia (por exemplo, turismo, praia fluvial), a alma antiga foi substituída por outra. Será a nova alma melhor, pior? Não sabemos. É diferente. Talvez não se ouçam as crianças de antigamente, nem haja as festas de aldeia de antigamente, talvez o rio siga mais seco, mas a aldeia resiste e adapta-se, como um organismo vivo que muda para sobreviver. A sobrevivência depende de haver pessoas e de estas formarem comunidade entre si, e se cuidarem umas das outras. Por exemplo, as longas horas de conversa ao serão entre vizinhos, partilhas de experiências, entre-ajuda, espiritualidade em conjunto. E mesmo que falte comunidade, é só começar!! Basta começar! Beijinhos
ResponderEliminarOlá Ailime,
ResponderEliminarAs cidades, vilas e aldeias, estão em constante mutação. São os sinais dos tempos. Nada é estático, tudo se transforma, tal como nós.
Belo poema. Gostei bastante.
Beijinhos, e feliz semana!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
https://poesiaaquiesta.blogspot.com
Memórias de tempos que passaram e que já não votam, mas continuam dentro do coração. O que recordamos muda-nos no mais íntimo de nós.
ResponderEliminarBelíssimo, o texto que li e reli.
Uma boa semana.
Um beijo.
Tudo muda com o tempo.
ResponderEliminarAté os nossos olhos são outros...
Magnífico poema, gostei imenso.
Boa semana querida amiga Emília.
Beijo.
Olá...
ResponderEliminarO tempo passa e as coisas vão mudando. Precisamos mesmo olhar para trás com um olhar sensível e compreensivo para que a nossa alma capte outros "tesouros" e sensações.
Canto transbordante de ricas lembranças.
Beijinhos
Ai a aldeia! Vendemos a casa dos pais e descobri que "vivo de saudades" dessa aldeia onde fomos tão felizes! 👏👏👏😘
ResponderEliminarBelo, amiga! Com meus 76 anos, como entendo o que dizes! Afortunadamente o tempo, que tudo muda, não consegue levar de nós as lembranças! E elas já nos fazem felizes, em meio à saudade. Meu abraço, boa semana!
ResponderEliminarBonito poema.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Boa tarde Emilia
ResponderEliminarUm poema cheio de saudade, com uma lucidez e sensibilidade que até doi.
Tudo mudou e as memórias ficam .
Bom trabalho fotografíco da Romantica Sintra
Boa semana com saúde e harmonia.
Um beijo
;)
Quanta saudade! Tão bonitas as palavras enlaçadas no rememorar o tempo que se marcou na memória. Linda foto.bjs
ResponderEliminarMuito belo!
ResponderEliminarA nossa aldeia faz-nos sempre reviver os momentos da infância, e a saudade vem sempre habitar-nos.
Beijinhos, amiga Emilia.
Maravilhoso, querida Ailime!
ResponderEliminarDe volta no voo da amizade, que bom, amiga! Momentos de paz e alegria.
"Olho para trás e falta alma à minha aldeia.
A vida de outrora apagou-se e o sol já não tem brilho."
Muitas de nossas lembranças são lindas, essa sua vai fundo na alma de muitos! Me vejo nesse lindo poema.
Amiga querida, muito obrigada, como é bom estar com os amigos no voo da amizade, voltou a internet.
Beijinho, querida, uma boa semana!
Olá, Ailime, meus parabéns pela belíssima postagem.
ResponderEliminarCom sua licença transcrevo esses versos do seu belo poema:
"O tempo adejou com o vento, deixando apenas rastos,
que hoje fazem a minha história parecer tão remota."
Um bom fim de semana,
um beijo, amiga.
A passar por cá, hoje, para desejar um bom fim-de-semana!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda