Lembro-me de quando ainda eras criança.
Brincavas ao ar livre com os outros meninos.
Tinhas pai, mãe e uma irmã; uma vida normal.
(O que será uma vida normal?)
Parecias feliz como as outras crianças que, em teu redor,
brincavam e saltavam jogando à bola.
Todos muitos alegres, divertidos,
com as traquinices próprias da idade.
Estive muitos anos sem te ver.
Sinceramente já nem te recordava.
Um dia abordaste-me, com muita educação,
porque me reconheceste,
apesar dos anos passados...
- Sim, sou eu...
E pediste-me uma moeda...
Contaste-me parte da tua história
Brincavas ao ar livre com os outros meninos.
Tinhas pai, mãe e uma irmã; uma vida normal.
(O que será uma vida normal?)
Parecias feliz como as outras crianças que, em teu redor,
brincavam e saltavam jogando à bola.
Todos muitos alegres, divertidos,
com as traquinices próprias da idade.
Estive muitos anos sem te ver.
Sinceramente já nem te recordava.
Um dia abordaste-me, com muita educação,
porque me reconheceste,
apesar dos anos passados...
- Sim, sou eu...
E pediste-me uma moeda...
Contaste-me parte da tua história
e falaste-me da tua mãe,
com tanto carinho, com tanto orgulho:
- a Mulher que mais amei -
deixando rolar as lágrimas,
que tanto me comoveram.
Percebi que os teus caminhos não foram retos,
que tens percorrido a vida por vias travessas.
Uma vida indigna de um ser humano.
Há dias vi-te junto a uma cama improvisada
debaixo de uma varanda, onde dormes ao relento.
Fiquei atónita e o meu pensamento divagou...
E divaga, porque não tenho respostas
com tanto carinho, com tanto orgulho:
- a Mulher que mais amei -
deixando rolar as lágrimas,
que tanto me comoveram.
Percebi que os teus caminhos não foram retos,
que tens percorrido a vida por vias travessas.
Uma vida indigna de um ser humano.
Há dias vi-te junto a uma cama improvisada
debaixo de uma varanda, onde dormes ao relento.
Fiquei atónita e o meu pensamento divagou...
E divaga, porque não tenho respostas
nem soluções para te socorrer.
Apenas te posso indicar um caminho...
Um caminho que tu conheces bem,
porque dele tua mãe te falava.
Texto
Emília Simões
Emília Simões
20.01.2024
Imagem Google
Imagem Google
Poema sentido e realista. Que relata uma realidade triste da nossa sociedade, onde muitos seres humanos vivem desumanamrnte...
ResponderEliminarUma triste realidade, que urge resolver.
Votos de um feliz fim de semana, amiga Ailime.
Beijinhos!
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Que triste cena e quando já é um comnhecido, sabemos da hoistória de vida, fica mais triste ainda! Que ainda dê tempo dele voltar à vida normal...beijos, chica
ResponderEliminarOlá, querida amiga Ailime!
ResponderEliminarTenho me deparado muito com cenas assim e é uma realidade do novo normal por aqui.
Mensagem muito oportuna e quiçá teria tido uma família antes de estar assim, uma mãe para amá-lo.
Tenha um domingo abençoado!
Beijinhos com carinho
Gosto de poemas que, de algum modo, falem da infância. Gostei.
ResponderEliminarUm abraço.
Muito inquietante.
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Somos todos filhos amados de Deus. Poema corajoso, a focar-se em quem nada tem - a quem, por uma razão ou outra, todos viraram as costas. A quem tropeçou na vida e não se levantou. Há sempre qualquer coisa que podemos fazer para ajudar. Aliás, esse é o nosso dever, como seres humanos. Teve um propósito e recorda-se da mãe. Talvez seja essa a mão que o ajudará a levantar-se. Mas é preciso alguém a mostrar-lhe essa mão.
ResponderEliminarNossa!! Esse texto balança nossas estruturas, como é triste uma pessoa assim vir a nós e contar sua vida, sem desnudá-la muito, nem precisa!
ResponderEliminarAqui, Ailime, deparamos muito com isso, é tão triste que nos constrange ver o ser humano assim, igualzinho a esse que postaste.
Mas isso precisa ser postado, sem dúvida, a vida não é feita de rosas, há muito mais espinhos.
Uma feliz semana, querida, beijinho!
Muita paz e alegria.
Esta é a realidade de demasiadas pessoas. Infelizmente há muita gente assim como como o sem-abrigo que descreves neste poema tão sensível que me comoveu. Também me interrogo por que motivo não há uma vida digna para todos.
ResponderEliminarTudo de bom minha querida Ailime,
Uma boa semana.
Um beijo.
Um problema que atinge pessoas a mais. Muitas vezes elas são culpadas, mas outras são vítimas da sociedade em geral e/ou da família.
ResponderEliminarUm poema comovente que muito gostei.
Boa semana querida amiga Emília.
Beijinhos.
Olá Ailime, passando por aqui, relendo este belo poema que muito gostei, e desejar uma excelente semana, com muita saúde e paz.
ResponderEliminarBeijinhos, com carinho e amizade.
Mário Margaride
http://poesiaaquiesta.blogspot.com
Pouco a comentar, Ailime, dadas a gravidade do assunto e a poesia com que o abordaste. Um belíssimo poema, sobre a feia realidade da pobreza, em todo o mundo! Comovido, envio-te o meu abraço e votos de boa semana.
ResponderEliminarTocante canto, cantado com palavras realistas, e tão fortes. Fico triste quando vejo pessoas reagindo assim, de uma forma em que as dores somente crescem e a vida passa a ser sem sentido. Há muita reflexão aqui, mas culpar a quem? O Sol da Justiça é para todos!
ResponderEliminarBeijo 💋
muito tocante e triste, e então quando conhecemos a pessoa, a dor ainda incomoda mais.
ResponderEliminarcomovente demais.
um beijo
:(
... e quantas vidas não terão passado pelo mesmo! Bj Ailime
ResponderEliminarTão tocante estas palavras...
ResponderEliminarQuantos seres a vida para a rua empurrou.. quanta injustiça...
Arrepie-me ao ler esta prosa tão tocante e triste e tão real, cada vez mais real ... que Deus sempre o acompanhe, porque a fé nos conduz.
Beijinho Emília
Olá, amiga Ailime, um texto muito triste, que fala muito bem
ResponderEliminardo seu sentimento de tristeza ao encontrar, já adulto, o seu amigo de infância, que mendigava pelas ruas. Fico a imaginar o seu sentimento
e a sua tristeza...
Voto de um ótimo fim de semana, paz e felicidade.
Beijo.
a passar por cá para desejar bom fim-de-semana!
ResponderEliminarIsabel Sá
Brilhos da Moda
Gostei de reler este excelente poema.
ResponderEliminarBoa semana querida amiga Emília.
Beijinhos.
Meu abraço, amiga, boa semana; aguardo o próximo post!
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