sábado, agosto 16, 2025

Nas margens do meu rio

Vecteezy


Nas margens do meu rio

há uma enorme angústia,

uma sede intensa.

Tudo arde, até o leito do rio

emana labaredas 

que queimam os peixes.

Do teu rosto

soltam-se gotas de suor

e o sal cava-te rugas profundas

nas entranhas,

que choram

o calor da terra, do mundo.

Um deserto aproxima-se.

Perdi a noção do meu espaço.

Tudo se transforma.

Fico imóvel como pedra.

Ao meu redor apenas silêncio

e o chão em brasa.


Texto
Emília Simões
16.08.2025


15 comentários:

  1. Dói em mim a maldade feita em nossa única casa. Ver inundações por aqui e acolá, terras ressequidas, é de chorar. Só temos Deus a nos apegar e rezar e crendo esperando por milagres! Haja esperança! Beijo!

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  2. Olá, querida amiga Emília!
    Um poema sentido, todos deveríamos sentir assim em relação à nossa amada natureza em deteriorização.
    Ver as tragédias climáticas pelo abandono ao cuidado do meio ambiente é triste demais.
    Um poema que nos deixa imóveis com a poetisa.
    Tenha um final de semana abençoado!
    Beijinhos fraternos de Paz

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  3. Dá muita dor de ver tanta destruição ao nosso redor! Uma tristeza mesmo! Linda e cheia de sentimento tua poesia,Ailime!
    beijos praianos, lindo domingo,chica

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  4. Bello poema. Te mando un beso

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  5. Sirvo deste canto para cantar o meu canto de meu rio que passava os peixes e hoje lento, morre cada dia sob os rejeitos de minério. Onde eu nasci tinha um rio Ailime. Lindo triste seu canto diante os efeitos dos desmandos contra a natureza. Sofro contigo amiga.
    Bjs e paz com feliz domingo de linda semana.

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  6. Mais um bonito poema que vim cá conhecer.
    Isabel Sá
    Brilhos da Moda

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  7. Boa tarde Emília!
    Um poema intenso e comovente, que traduz de forma pungente o drama dos incêndios em Portugal.
    A força das imagens (feitas palavras) o rio em chamas, a terra a arder, o silêncio após a devastação, faz-nos sentir a angústia de um país que todos os anos enfrenta este flagelo.
    Uma escrita que toca fundo e desperta consciência.
    Bom domingo.
    Deixo um beijo
    :)

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  8. Tão atual e atualizado 👏👏👏😘

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  9. Boa noite Emília.
    Belo e sentido poema, onde traduz a realidade da tragédia dos fogos florestais, um pouco por todos o país.

    Gostei bastante, estimada amiga.

    Beijinhos carinhosos, e votos de boa semana, com tudo de bom.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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  10. Sérgio8/17/2025

    Mãe, um feliz dia de anos. O tempo passa, e tudo se transforma. Talvez não percebamos porque a transformação ocorre numa determinada direção. Talvez seja Deus com uma vara na mão a dizer-nos: “ aprendam com os vossos erros”. Não sei. Não te sintas vazia nem inadequada: as mudanças acontecem porque têm de acontecer, e o que podemos aprender com elas ajuda-nos talvez a mudá-las também, nem que seja à nossa pequena escala. Respeitar tudo em nosso redor, ambiente e pessoas. Manter a nossa integridade intacta. Agradecer a Deus pela vida que corre em nós. Muitos beijinhos, obrigado pelo poema de alerta.

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  11. Tudo arde à nossa volta. Mais um pouco e ardemos todos.
    Parece que não se aprendeu nada com o que aconteceu em 2017.
    Magnífico poema.
    Boa semana querida amiga Emília.
    Beijinhos.

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  12. Magnífico, Emília! Atentemos para a Natureza, antes que o descaso nos leve a eliminar a própria Vida! Meu abraço, amiga; boa semana.

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  13. Simbiose perfeita, entre versos e imagem. Até quando agrediremos tanto a Natureza, que tanto nos dá?! Meu abraço, amiga; boa semana.

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  14. Olá, Emília, o seu belo poema mostra toda a tristeza que passou a
    existir com o incêndio devastador, em parte da Europa e em especial
    em Portugal e Espanha.
    Esperamos que volte o bom tempo!
    Votos de uma boa semana.
    Beijo, amiga.

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  15. Boa noite Emília
    Passando por aqui, para desejar um feliz fim de semana, com tudo de bom.
    Beijinhos, com carinho e amizade.

    Mário Margaride

    http://poesiaaquiesta.blogspot.com
    https://soltaastuaspalavras.blogspot.com

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«Sou como você me vê.
Posso ser leve como uma brisa ou forte como uma ventania,
Depende de quando e como você me vê passar».C.L.